Bruxelas - Os ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) da União Europeia (UE) reúnem-se sexta-feira (12), em Estocolmo, para discutir o apoio económico-financeiro e militar à Ucrânia e as relações diplomáticas e comerciais com Beijing.
Os representantes da diplomacia dos 27 vão discutir o apoio que está a ser prestado à Ucrânia desde o início da guerra e o que está previsto para os próximos meses, nomeadamente um milhão de munições de artilharia que Kiev tem reivindicado.
Até hoje, a ofensiva que a Rússia iniciou na primavera não levou a grandes conquistas na região de Donetsk (no leste do país), pelo que a Ucrânia está a preparar uma contra-ofensiva, por isso tem insistido na importância de receber munições de grande calibre.
Nas últimas semanas, a Comissão Europeia apresentou um mecanismo para incentivar o investimento na indústria da produção de munições, dotado de 500 milhões de euros, para modernizar fábricas existentes e a possibilidade de usar fundos de coesão e dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) dos Estados-membros.
Em simultâneo, está prevista a compra conjunta de armamento no valor de mil milhões de euros proveniente do Fundo Europeu para a Paz.
O outro tópico na agenda dos governantes europeus é a relação com a China.
Bruxelas tem estado atenta às movimentações de Beijung nos últimos meses e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que visitou o país asiático em Abril, tem insistido que reenquadrar as relações com a China deve ser uma prioridade dos 27.
A China apresenta-se como um interlocutor neutro no conflito, apesar das relações próximas com Moscovo.
No final de Abril, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, tiveram uma conversa telefónica, a primeira desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022.
A presidência semestral sueca do Conselho da UE assumiu como prioridade as relações com a China no novo contexto geopolítico internacional, mas fontes comunitárias garantem que não é intenção chegar a um entendimento até ao final do mandato, uma vez que a situação está a evoluir diariamente e ainda é impossível estabelecer uma nova política de relações com Pequim.
A reunião em Estocolmo vai realizar-se ao longo do dia de sexta-feira, estando prevista uma conferência de imprensa no final, pelas 19h00 locais (18h00 em Angola), com o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell. JM