Paris - Damien Abad tomou posse como ministro da Solidariedade, na passada sexta-feira. “Deve um homem inocente demitir-se? Acho que não”, disse aos jornalistas.
Damien Abad, recentemente nomeado ministro francês da Solidariedade, negou, hoje (segunda-feira), as acusações de violação de que é alvo e frisou que não tem qualquer intenção de abandonar o governo.
“Deve um homem inocente demitir-se? Acho que não”, disse Abad, em declarações aos jornalistas.
O ministro - que até agora foi líder parlamentar do partido conservador ‘Os Republicanos’, que governa em aliança com o partido do presidente Emmanuel Macron - tomou posse na passada sexta-feira, após a demissão do antigo governo francês.
No sábado, foi acusado de violação por duas mulheres, que revelaram ao jornal francês Mediapart, que foram forçadas a ter relações sexuais sem consentimento com Abad entre os finais de 2010 e inícios de 2011.
Segundo o site, uma das mulheres apresentou uma queixa à polícia contra Abad em 2017, que foi encerrada sem mais ações. À agência de notícias AFP, o Ministério Público francês confirmou que “uma primeira queixa apresentada por violação foi encerrada sem acção a 6 de Abril de 2012, devido à falta de resposta do queixoso" e "uma segunda queixa apresentada pelo mesmo queixoso pelos mesmos factos foi encerrada sem seguimento a 5 de Dezembro de 2017, após uma investigação preliminar, por falta de infracção suficientemente caracterizada".
Já no domingo, o ministro negou “com a maior força” as acusações de violência sexual. “As relações sexuais que tive ao longo da minha vida sempre foram por consentimento mútuo”, disse em comunicado.
Abad defendeu ainda que sofre de artrogripose, uma doença que limita os movimentos dos membros e que, segundo o ministro, torna impossível forçar alguém a ter relações sexuais.
Questionada sobre as acusações, a nova primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, sucessora de Jean Castex, afirmou que não tinha conhecimento das mesmas quando Abad se juntou ao governo.