Médio Oriente: Conflito Israel-Hamas

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  • Luanda     Sexta, 17 Novembro De 2023    13h23  
Mapa da Faixa de Gaza
Mapa da Faixa de Gaza
Divulgaçao

Gaza - Os sistemas de comunicação na Faixa de Gaza estão hoje inoperacionais, pelo segundo dia consecutivo, fazendo com que as agências de ajuda humanitária suspendessem as entregas transfronteiriças.

"Gaza recebe agora apenas 10% dos alimentos necessários diariamente e a desidratação e a subnutrição estão a aumentar, com quase todos os 2,3 milhões de pessoas no território a necessitarem de alimentos", disse o porta-voz regional do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para o Médio Oriente, Abeer Etefa.

"As pessoas enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome", alertou.

"Com poucos camiões a entrar em Gaza e nenhum combustível para distribuir os alimentos, "não há forma de satisfazer as actuais necessidades de fome", disse.

De acordo com Abeer Etefa, a rutura da rede de comunicações, que é crucial para a coordenação da entrega da ajuda, significou um agravamento ainda maior da situação.

A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) informou que nenhuma entrega de ajuda poderia entrar hoje no sul de Gaza vinda do Egipto.

"Vimos combustível, alimentos, água e assistência humanitária serem usados como arma de guerra", disse a porta-voz da agência, Juliette Touma.

O combustível é necessário para os geradores que alimentam sistemas de comunicação de emergência, hospitais, centrais de dessalinização e outras infra-estruturas críticas em Gaza.

Israel tem entrado mais profundamente na Cidade de Gaza e as suas tropas têm procurado no maior hospital de Gaza, Shifa, vestígios de um centro de comando do Hamas que os militares alegam estar localizado debaixo do edifício.

Os militares têm mostrado imagens do que dizem ser a entrada de um túnel e armas encontradas num camião dentro do complexo, mas ainda não há nenhuma evidência do centro de comando, que o Hamas e Shifa negam existir.

O ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas contra o sul de Israel, a 07 de Outubro, deixou mais de 1.200 mortos, tendo sido feitos paralelamente mais de 240 reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas bombardeando várias infra-estruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com o corte de abastecimento de água, combustível e electricidade.

A guerra entre Israel e o Hamas, que continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

Expansão das operações na Faixa de Gaza

O Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, anunciou hoje que o Exército vai expandir as operações para desmantelar todo o "sistema militar" do Hamas no norte da Faixa de Gaza.

Os militares concentraram as suas operações no norte e, embora este trabalho ainda não esteja concluído, Halevi apelou a que "cada vez mais regiões" sejam visadas, de acordo com uma declaração feita para as tropas que participam nesta ofensiva militar, tornada pública pelas próprias Forças de Defesa de Israel (FDI).

As forças armadas continuam a enviar mensagens à população de Gaza que ainda se encontra no norte para se deslocar para as zonas do sul, alegando, entre outras coisas, que o Movimento de Resistência Islâmica Hamas "perdeu o controlo" da parte norte da Faixa de Gaza.

O exército israelita anunciou hoje novas pausas em vigor até às 16:00 horas locais para aqueles que pretendam deslocar-se para sul.

Além disso, as FDI confirmaram uma "suspensão táctica" das actividades militares entre as 10:00 e as 14:00 horas na cidade de Rafah, um ponto de passagem para aqueles que podem atravessar a fronteira com o Egipto. Israel mantém bloqueadas todas as outras passagens fronteiriças para Gaza.

Cerca de 1,6 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas na Faixa de Gaza, o equivalente a 70% da população, segundo a ONU, que questionou eventuais medidas de deslocação forçada ou de punição colectiva de civis.

Mecanismo da OMS para entrada de combustível em Gaza

A Faixa de Gaza poderá ter a funcionar um mecanismo para a entrada de combustível a partir de hoje, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O anúncio coincidiu com uma notícia divulgada pelos meios de comunicação social egípcios de que 150 mil litros de fuelóleo entraram hoje pela passagem de Rafah, que liga o território palestiniano ao Egipto.

O representante da OMS nos territórios palestinianos ocupados, Richard Peeperkorn, disse aos jornalistas em Genebra através de videoconferência que este mecanismo "deve ser contínuo".

Permitirá "garantir a operação humanitária, que as instalações de dessalinização, as padarias e as telecomunicações voltem a funcionar", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

O combustível esgotou-se esta semana, fazendo com que a grande maioria dos hospitais, os serviços telefónicos e de Internet e as instalações de dessalinização que convertem água do mar em água potável deixassem de funcionar.

A ONU disse que, em consequência, mais de 70% da população não tem acesso a este abastecimento vital.

Peeperkorn não quis adiantar a regularidade do fornecimento nem se Israel irá impor condições à utilização do combustível.

A meio da semana, Israel autorizou a entrada de 23 mil litros, que apenas deveriam ser utilizados para o transporte de ajuda.

Esse combustível, de acordo com as ordens israelitas, não podia ser utilizado por hospitais ou outros serviços vitais.

Desde 11 de Outubro, quatro dias após o ataque do Hamas a Israel, que Gaza se encontra numa situação de apagão total de electricidade.

As autoridades israelitas cortaram o fornecimento de electricidade com origem em Israel e a única central de produção de electricidade do território palestiniano esgotou posteriormente as reservas de combustível.

Gradualmente, todos os serviços básicos - incluindo hospitais e padarias, entre outros - ficaram sem o combustível que cada um tinha em reserva e com o qual fizeram funcionar os geradores de electricidade até esta semana.

Cinco "terroristas" mortos na Cisjordânia

Pelo menos cinco palestinianos foram mortos hoje na sequência de um ataque aéreo israelita durante uma operação militar em Jenin, Cisjordânia ocupada, que, segundo fontes palestinianas, se estendeu também ao principal hospital da cidade.

O exército israelita anunciou que matou pelo menos "cinco terroristas" em Jenin, "reduto dos grupos armados palestinianos" na Cisjordânia ocupada, enquanto o Hamas anunciou a morte de três dos seus combatentes.

Por outro lado, a agência noticiosa oficial palestiniana WAFA noticiou que o Exército israelita atacou uma "concentração de civis" no campo de refugiados de Jenin, matando três pessoas e ferindo outras nove.

A WAFA referiu ainda que se tratou de um ataque em grande escala, que afectou vários bairros da cidade e incluiu um cerco de horas ao hospital Ibn Sina.

Segundo a agência, as tropas israelitas cercaram o centro médico, interrogaram o pessoal médico, examinaram as ambulâncias e exigiram a evacuação do edifício.

O Exército israelita anunciou que as tropas levaram a cabo uma "vasta operação anti-terrorista" em Jenin, durante a qual as forças atacaram do ar "um esquadrão de terroristas armados que dispararam" e, num incidente separado, "neutralizaram terroristas que abriram fogo e lançaram explosivos".

"No total, pelo menos cinco terroristas foram neutralizados, seis armas foram confiscadas e oito suspeitos foram presos", disse o porta-voz militar.

O exército israelita acrescentou que, durante a operação, "os terroristas e os atiradores fugiram em veículos e ambulâncias em direcção à zona do hospital Ibn Sina onde se esconderem".

Em resposta, as forças perseguiram-nos e conseguiram parar um veículo à entrada do hospital.

Questionado pela EFE, o porta-voz militar não deu qualquer informação sobre o alegado cerco ao centro médico.

Israel aprova entrada diária de dois camiões de combustível em Gaza

O Governo de Israel aprovou hoje a entrada diária de dois camiões com combustível na Faixa de Gaza, apesar de as organizações de ajuda humanitária terem alertado que, para suprir as necessidades, é necessário um fluxo constante.

A autorização só foi dada pelo Governo israelita depois de o exército e os serviços secretos terem aprovado a medida e após pedido prévio das autoridades dos Estados Unidos.

O objectivo é "garantir a manutenção mínima das necessidades dos sistemas de água, resíduos e saneamento" para evitar um surto de doenças que "potencialmente" também poderiam espalhar-se para Israel, segundo explica o documento do Governo, citado pelo jornal The Times of Israel.

Um primeiro carregamento, de 23 mil litros de combustível, foi destinado à agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), mas com a condição de só ser utilizado no reabastecimento de veículos que entrem no território para fornecer ajuda.

Hoje, cerca de 150 mil litros de combustível destinados a abastecer os geradores de hospitais entraram na Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah, que liga o enclave ao Egipto, informaram os meios de comunicação social egípcios.

A organização estima que sejam necessários cerca de 160 mil litros por dia para aliviar a grave escassez de bens essenciais na Faixa de Gaza.

As autoridades israelitas também alertaram que irão garantir que o combustível que entra em Gaza não acabe nas mãos do grupo islamita Hamas e confiam que este tipo de gesto aumentará o espaço de manobra diplomática para continuar com a sua ofensiva e "eliminar" o Hamas.

Israel proibiu a entrada de combustível, assim como outros bens fundamentais água ou e medicamentos, na Faixa de Gaza há mais de um mês, na sequência do ataque sem precedentes ao território israelita realizado em 07 de Outubro pelo Hamas.

O ataque provocou, segundo Israel, mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e permitiu ao Hamas fazer mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro em Gaza.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais.

Segundo o Hamas organização considerada terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e Israel o conflito provocou pelo menos 11.500 mortos na Faixa de Gaza.AM/CS

 

CS





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