Conflito Israel-Hamas

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  • Luanda     Segunda, 20 Novembro De 2023    18h30  
Mapa da Faixa de Gaza
Mapa da Faixa de Gaza
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Gaza - As autoridades da Faixa de Gaza denunciaram hoje que a população enfrenta "fome e doenças" devido à escassez de alimentos e bens essenciais, exigindo a "abertura permanente" da passagem fronteiriça de Rafah, para facilitar a entrada de ajuda.

"O surgimento de fome na Faixa de Gaza, em consequência da grave escassez de alimentos e de bens de primeira necessidade, confirma que a comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, está a urdir um malicioso plano destinado a esvaziar a Faixa de Gaza e a deslocar a sua população para o Egipto, o que é rejeitado pelo nosso povo", indicou o gabinete de imprensa do Governo palestiniano do movimento islamita Hamas, numa mensagem na plataforma digital Telegram.

"Consideramos a comunidade internacional e a ocupação israelita totalmente responsáveis pela degradação da situação humanitária e pela falta de alimentos nos mercados e lojas da Faixa de Gaza, uma vez que concordaram com a aplicação de uma política de fome contra o povo palestiniano", afirmaram as autoridades do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

Emitiram, por isso, um apelo aos países árabes da região para "que assumam as suas responsabilidades e abram permanentemente o posto (de Rafah, na fronteira com o Egipto) antes que ocorra uma verdadeira catástrofe humanitária".

"De dia para dia, a situação humanitária piora e deteriora-se de uma maneira sem precedentes. A situação no terreno está a tornar-se mais desastrosa e pior que qualquer coisa que a Faixa de Gaza tenha antes vivido (...) As lojas têm falta de alimentos básicos como farinha, óleo e arroz", lamentaram.

Cerca de 2,4 milhões de pessoas enfrentam esta situação, à medida que aumenta o número de deslocados internamente, o que gera uma "procura crescente de produtos básicos", desencadeando "o surgimento de fome e a propagação de doenças e epidemias", sustentou o executivo de Gaza.

Além disso, a difícil situação humanitária na Faixa de Gaza "esgotou claramente todos os recursos dos hospitais e de todo o pessoal governamental e não-governamental que continuamente trabalha no terreno, ao que se somam o frio e as chuvas", refere ainda o texto.

A 07 de Outubro, combatentes do Hamas - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 45.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 13.000 mortos, na maioria civis, e mais de 30.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.

China quer trabalhar para “restabelecer a paz” no Médio Oriente

A China quer trabalhar para "restabelecer a paz" no Médio Oriente, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a uma delegação de diplomatas de países árabes ou de população maioritariamente muçulmana.

No seu discurso de abertura na reunião em Beijing, Wang disse que vão trabalhar juntos para acalmar rapidamente a situação em Gaza e restaurar a paz no Médio Oriente o mais rapidamente possível.

O governante adiantou ainda aos ministros dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, Indonésia, Egipto, Arábia Saudita e Jordânia, assim como ao secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica, que uma catástrofe humanitária está a se desenrolar na Faixa de Gaza.

"A situação em Gaza afecta todos os países do mundo, pondo em causa a noção do correcto e do errado e os princípios fundamentais da humanidade", acrescentou o chefe da diplomacia chinesa.

"A comunidade internacional deve agir urgentemente e tomar medidas eficazes para evitar que esta tragédia se espalhe", acrescentou. "A China sempre estará ao lado da causa justa dos direitos legítimos", disse o ministro.

O homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki, agradeceu o convite para uma reunião que considerou ser "em nome do mundo árabe e islâmico pelos crimes cometidos por Israel em Gaza".

"Para Israel, esta é a guerra derradeira que acaba com todas as guerras (...). Eles querem eliminar todos os palestinianos", acrescentou o ministro dos negócios estrangeiros da Autoridade Palestiniana, que controla a Cisjordânia, mas não Gaza.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, exigiu "um cessar-fogo imediato", algo que a China tinha apelado após o início da guerra no mês passado.

Historicamente, Beijing é bastante favorável aos palestinianos e a favor da solução de dois estados para resolver o conflito israelo-palestiniano.

Bebés retirados de Gaza para o Egito estão em estado crítico

Os 28 bebés prematuros retirados domingo de Gaza para o Egipto encontram-se hoje em "estado crítico" em diferentes hospitais da província do Sinai do Norte, situação que impede uma transferência para outros centros hospitalares do país, disseram fontes médicas.

Fontes do Hospital Al-Arish adiantaram à agência noticiosa espanhola EFE que "a maioria ou mesmo todos" os bebés retirados através do posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egipto, estão em "estado crítico" e que, por isso, não podem ser transferidos para o Cairo para receber um tratamento mais eficaz.

Inicialmente, acrescentaram as mesmas fontes, foram retirados 31 recém-nascidos de Gaza, mas três deles morreram antes de entrar no Egipto "devido ao longo tempo que demorou a coordenar a transferência através de zonas perigosas" dentro do enclave palestiniano.

Dos 28 bebés, 16 estão no hospital de Al-Arish, a cerca de 30 quilómetros do posto de passagem terrestre através do qual foram retirados, enquanto os restantes foram encaminhados para outros centros hospitalares próximos, acrescentaram as fontes.

Os recém-nascidos chegaram hoje ao Egito depois de terem sido retirados no domingo do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, e transferidos para o sul do enclave palestiniano, em preparação para a sua entrada em território egípcio.

Em comunicado, o Ministério da Saúde egípcio disse hoje que os recém-nascidos estavam a ser transferidos para diferentes hospitais, não especificados, para receberem "o mais alto nível" de cuidados médicos devido à deterioração do seu estado de saúde.

Fontes do hospital Al-Arish disseram anteriormente à EFE que cinco mães também foram retiradas da Faixa de Gaza e chegaram hoje à unidade hospitalar, onde vão acompanhar os respectivos filhos.

No domingo, o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantou que os 31 bebés em questão estavam "muito doentes" e tinham sido retirados do hospital Al-Shifa em seis ambulâncias do Crescente Vermelho Palestiniano, juntamente, entre outras pessoas, com seis profissionais de saúde.CS

 

 





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