Jerusalém - Milhares de iranianos manifestaram-se hoje em todo o país para marcar o "Dia de Jerusalém" e em apoio aos palestinianos, quando a tensão está a aumentar há mais de um mês nos territórios palestinianos e em Israel.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o "Dia de Al-Quds" (Jerusalém em árabe) - que é realizado todos os anos na última sexta-feira do Ramadão, mês de jejum muçulmano - é assinalado no Irão em solidariedade aos palestinianos.
As manifestações, que haviam sido canceladas nos últimos dois anos devido à pandemia da covid-19, decorreram hoje em Teerão e em grandes cidades como Mashhad (nordeste), Isfahan (centro) e Tabriz (nordeste), segundo imagens transmitidas pela televisão estatal IRIB.
"Morte à América e Israel", gritavam manifestantes acenando com bandeiras palestinianas e iranianas, e um dos cartazes que portavam dizia "Jerusalém é nossa".
No complexo onde se localiza a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, houve confrontos entre manifestantes palestinianos e a polícia israelita, resultando em 42 pessoas feridas.
Nas últimas duas semanas, confrontos violentos provocaram ferimentos em mais de 250 palestinianos dentro e em redor da Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, mas que também é um local sagrado para judaísmo - conhecido como Monte do Templo -, localizado em Jerusalém Oriental, numa área palestiniana ocupada por Israel desde 1967.
A presença de judeus na Esplanada das Mesquitas durante o Ramadão, que foram autorizados a visitar o local em horários específicos, e o envio de forças de segurança para este local sagrado foi percebido pelos palestinianos e vários países da região como um gesto de "provocação".
Essa onda de violência ocorre num contexto da escalada da tensão após quatro ataques realizados em Israel desde o final de Março, que deixaram 14 mortos, incluindo um polícia árabe-israelita e dois ucranianos. Dois dos ataques foram realizados em Telavive por palestinianos da Cisjordânia ocupada.
Na sequência desses ataques, o exército israelita realizou várias operações na Cisjordânia, pontuadas por confrontos mortais. Um total de 26 palestinianos e três árabes-israelitas foram mortos durante estas operações de Israel.