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Mais de mil investigadores pedem cessar-fogo no Médio Oriente

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  • Luanda • Quarta, 04 Dezembro de 2024 | 11h51
Símbolo do Prémio Nobel
Símbolo do Prémio Nobel
Divulgação

Faixa de Gaza - Mais de mil investigadores, incluindo vários vencedores do Prémio Nobel, assinaram uma carta aberta a pedir um cessar-fogo em Israel, na Palestina e no Líbano, noticiou o site Noticias ao Minuto.

Apelando à comunidade internacional para exigir que Israel respeite o direito humanitário internacional.

Os investigadores, na sua maioria psicólogos e neurocientistas, sublinham na carta que Israel deve pôr fim à ocupação de Gaza e da Cisjordânia, e que Israel e o Hamas devem libertar todos os reféns e civis "aprisionados injustamente" .

Condenam a espiral "de ódio, morte e destruição" que se desencadeou na região do Médio Oriente.

A iniciativa da carta partiu de investigadores das universidades Sorbonne (França) e Princeton (Estados Unidos) e contou com a adesão de psicólogos e neurocientistas de todo o mundo, incluindo os noruegueses May-Britt Moser e Edvard Moser (que partilharam o Nobel de Medicina em 2014) ou o japonês Susumu Tonegawa (Prémio Nobel de Medicina em 1987), além de vários cientistas espanhóis.

No documento, os cientistas condenam os crimes perpetrados pelo Hamas e aliados contra civis israelitas, em 07 de Outubro de 2023, quando mataram mais de mil pessoas e fizeram mais de 200 reféns, e os "incontáveis" crimes de guerra cometidos por Israel.

Assim, já causaram a morte de mais de 40 mil palestinianos e mais de 3.000 libaneses, deixando desalojados mais de um milhão de palestinianos.

As partes envolvidas,  afirma a carta, estão presas num ciclo de violência, vingança e destruição que só leva a mais ressentimento e violência contra os civis e que ameaça o potencial de coexistência destes povos a longo prazo.

Esta situação tem causado danos irreparáveis ao povo palestiniano, como assinala o Tribunal Internacional de Justiça desde Janeiro de 2024, além de uma "trajectória perigosa" adoptada pelo actual governo israelita, que afecta as possibilidades do seu próprio povo viver em segurança neste país.

Os autores da carta explica que a psicologia humana tende a exagerar a percepção das diferenças entre os grupos sociais quando os grupos estão em conflito e lembram que também existe uma predisposição para a empatia, a cooperação e para ter uma mente aberta para com os outros.

Mas, prosseguem, infelizmente há pessoas para quem as diferenças são tão fortes que desumanizam o outro e uma minoria de extremistas pode levar este sentimento tão longe "que estão dispostos a exterminar os outros, pensando que isso pode ser do interesse do próprio grupo".

Consideram ainda que o silêncio dos moderados pode dar a impressão de que os extremistas são mais numerosos, o que abre caminho ao seu fortalecimento político e facilita a polarização dos grupos, a falta de comunicação entre eles e a manipulação da opinião pública.

"Sem pressão internacional, os extremistas no poder sentem-se mais fortes e executam as suas intenções letais, gerando uma espiral de ódio, violência e ressentimento. Este é um processo que se perpetua e nos distância da justiça e da paz", alertam.

Por isso, apelaram à pressão internacional sobre Israel para pôr fim à guerra, o que inclui a interrupção do fornecimento de armas ofensivas a Israel e a reavaliação das parcerias económicas e das colaborações com instituições nos territórios ocupados.

"Não somos contra o povo israelita. Somos a favor de todos os povos, israelitas, palestinianos e libaneses", concluem os investigadores. CQ/GAR





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