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Mais de 60 mortos na Síria por explosão de minas desde derrube de Assad

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  • Luanda • Quarta, 25 Dezembro de 2024 | 13h44
Mapa da fronteira entre Israel, Líbano e Síria
Mapa da fronteira entre Israel, Líbano e Síria
Divulgação

Damasco - Pelo menos 66 pessoas morreram devido à explosão de minas e artefactos não detonados abandonados em diferentes zonas da Síria desde o derrube do governo de Bashar al-Assad, há menos de três semanas, segundo uma organização.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG) sediada no Reino Unido, que dispõe de uma vasta rede de parceiros no terreno, afirmou hoje em comunicado que outras 75 pessoas ficaram feridas em diferentes graus e advertiu que estes "restos da guerra" representam uma "fonte de medo" para milhões de refugiados e pessoas deslocadas que desejam regressar a casa.

"Entre os escombros das aldeias e bairros destruídos, encontram-se dispersos restos de guerra, minas e engenhos explosivos não detonados, que representam uma ameaça para a vida e uma fonte de medo para aqueles que desejam regressar e um obstáculo à reconstrução e ao regresso à normalidade" na Síria, refere a nota.

Só em Damasco e arredores, 55 pessoas foram mortas pela detonação destes "restos de guerra", incluindo oito crianças e cinco mulheres.

A guerra na Síria começou após a violenta repressão de al-Assad às revoltas populares em 2011 e terminou com o derrube do seu regime por uma coligação de facções islamitas liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, HTS, em árabe) no passado dia 08.

Apesar dos sinais positivos e das declarações do novo líder da Síria, Ahmed al Sharaa, que lidera a HTS, sobre o futuro do país árabe, a reconstrução e a remoção das minas e munições deixadas pela guerra continuam a ser um dos maiores obstáculos ao regresso dos refugiados e deslocados.

Foi neste contexto que o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Emergência, Tom Fletcher, alertou, numa entrevista na segunda-feira ao canal de televisão libanês Al Nahar, que o regresso "seguro" dos refugiados "requer uma estratégia a longo prazo".

Estima-se que seis milhões de sírios tenham procurado refúgio noutros países durante os 14 anos de guerra, enquanto outras centenas de milhares foram obrigadas a deslocar-se dentro do país em busca de um refúgio seguro.

"O Observatório Sírio para os Direitos Humanos renova o apelo para que as organizações internacionais trabalhem na remoção dos restos de guerra do território sírio, tendo em conta os perigos que representam para a vida da população, uma vez que estão disseminados", concluiu a ONG.CS
 





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