Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, esta quarta-feira, ter já recebido a comunicação de mais de 1.000 casos de infecção pelo vírus Monkeypox, no contexto do surto registado em países nos quais a doença não é endémica.
Segundo noticia a Reuters, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, terá ainda acrescentado, durante uma conferência de imprensa na cidade suíça de Genebra, que o risco desta doença se estabelecer nestes países não endémicos era real, ainda que "evitável" neste momento.
A mesma fonte revelou ainda que, este ano, houve mais de 1.400 casos suspeitos de infecção pelo vírus Monkeypox em África, tal como 66 óbitos. No contexto do actual surto, registado até agora em 29 países desde o mês passado, não foram ainda comunicadas quaisquer mortes.
"Não há informação de qualquer morte nesses países, mas sim de muitos casos, não só entre homens que mantêm sexo com homens, mas também casos de transmissão comunitária e de mulheres infectadas", sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
"É um reflexo infeliz do mundo em que vivemos que a comunidade internacional só agora esteja a prestar atenção ao vírus Monkeypox porque apareceu em países de alto rendimento", acrescentou ainda Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Este vírus esteve a circular e a matar pessoas em África durante décadas, sem que a comunidade internacional lhe tenha prestado atenção, mas é preciso prestar atenção sanitária a estas zonas e acesso às ferramentas para poderem proteger-se", acrescentou o director-geral da OMS, para insistir que o organismo não defende uma vacinação massiva para aqueles que não precisam.
O responsável da OMS mostrou ainda preocupação com a propagação do vírus a grupos vulneráveis, como crianças e grávidas. E pediu aos países que façam todos os esforços necessários para identificar todos os casos e contactos, com o objectivo de controlar o surto e impedir uma maior difusão do vírus.
Em Portugal, foram notificados 191 casos, segundo a Direcção-geral da Saúde.