Kiev - A cidade de Kharkiv, uma das maiores da Ucrânia, tem sido fortemente bombardeada ao longo desta quinta-feira e uma grande parte da população não tem luz citada pela agência portuguesa de notícias.
Segundo o líder da administração regional há pessoas presas em escombros de casas, destruídas por bombardeamentos russos.
Através do Telegram, Oleg Sinegubov denunciou que "o inimigo continua a bombardear intensamente" zonas junto à linha da frente, a nordeste da cidade.
"Hoje, a cidade e o distrito de Kupiansk estão sob ataque. Um míssil inimigo atingiu uma das administrações locais. Há pessoas que continuam debaixo dos escombros, há feridos. Os serviços de emergência estão no local", informou.
Sinegubov acrescentou ainda que os russos estarão a espalhar notícias falsas por canais de Telegram, a gabar-se de conquistas territoriais na região.
O líder ucraniano de Kharkiv argumentou que os relatos "são falsos" e garante que as forças ucranianas "não deram ao inimigo um único aldeamento, um único metro de terra".
"Mantém-se o risco de novos ataques com mísseis em Kharkiv e na região de Kharkiv. Peço a todos que não ignorem os sinais de alarme e não saiam dos abrigos. Vamos esperar! A Ucrânia vai ganhar!", promete Oleg Sinegubov.
A região de Kharkiv tem sido uma das mais atingidas nas últimas horas, com cerca de 90 ataques russos registados na região na quarta-feira.
O Estado-Maior General do exército ucraniano disse que a ofensiva russa está concentrada na região nordeste de Kharkiv e nas regiões vizinhas de Lugansk e Donetsk, no leste, ambas fazendo fronteira com a Rússia.
"A Ucrânia repeliu ataques perto de Kupiansk, no leste da região de Kharkiv, não muito longe da vizinha Lugansk, e nas cidades de Lyman, Bakhmut, Adviika e Shakhtarsk em Donetsk, onde a Rússia está a concentrar os seus principais esforços ofensivos", disse a chefia do exército ucraniano, citada pela agência espanhola EFE.
A guerra na Ucrânia já fez quase 7.200 mortos entre a população civil ucraniana, segundo contam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos incluindo mais de 400 crianças. No entanto, a organização adverte que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pelos russos - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.