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Lukashenko prepara-se para sétimo mandato

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  • Luanda • Sábado, 25 Janeiro de 2025 | 12h59

Minsk - O líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, concorre a um sétimo mandato presidencial nas eleições do próximo domingo, já contestadas pela oposição e pela comunidade internacional, noticiou o site Notícias ao Minuto.

Cerca de sete milhões de bielorrussos começaram a votar, de forma antecipada, na terça-feira, uma manobra que a oposição denuncia como sendo uma forma de praticar fraude eleitoral.

O Parlamento Europeu apelou esta semana à União Europeia (UE) e à comunidade internacional para que não reconheçam a previsível vitória de Lukashenko, aliado da Rússia e acusado de múltiplas violações dos direitos humanos e de repressão sobre a oposição, e pediu mais sanções sobre as autoridades bielorrussas.

Eis alguns pontos a ter em conta sobre as eleições presidenciais bielorrussas:

Eleições antecipadas para o inverno

Nas últimas eleições presidenciais, em 2020, Lukashenko foi declarado vencedor, com 80% dos votos, desencadeando acusações de fraude, meses de protestos e uma dura repressão com milhares de detenções.

Não querendo correr o risco de uma nova agitação por parte daqueles que se opõem às suas três décadas de regime de 'mão-de-ferro', Lukashenko antecipou a data das eleições de 2025 - do calor de Agosto para o frio de Janeiro, quando é menos provável que os manifestantes encham as ruas.

Com muitos dos seus opositores políticos presos ou exilados no estrangeiro, Lukashenko, de 70 anos, está de volta às urnas e, quando as eleições terminarem no domingo, é quase certo que irá cumprir um sétimo mandato como o único líder que a maioria das pessoas na Bielorrússia pós-soviética alguma vez conheceu.

A Bielorrússia fez parte da União Soviética até ao seu colapso em 1991. A nação eslava de nove milhões de habitantes está localizada entre a Rússia e a Ucrânia, a Letónia, a Lituânia e a Polónia, sendo que os três últimos são membros da NATO. Foi invadida pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.

Minsk tem sido um aliado próximo de Moscovo e do Presidente russo, Vladimir Putin - ele próprio no poder há 25 anos.
Lukashenko, um antigo director de uma quinta estatal, foi eleito pela primeira vez em 1994, sob o impulso da indignação pública face a uma queda catastrófica do nível de vida, após caóticas e dolorosas reformas do mercado livre. Prometia, então, combater a corrupção.

Ao longo do seu governo, tem contado com subsídios e apoio político da Rússia, permitindo-lhe usar o território bielorrusso para invadir a Ucrânia em Fevereiro de 2022 e, mais tarde, concordando em acolher algumas das armas nucleares tácticas da Rússia.

Lukashenko foi apelidado de "o último ditador da Europa" no início do seu mandato, e tem feito jus a essa alcunha, silenciando duramente os dissidentes e alargando o seu domínio através de eleições que o Ocidente considerou não serem livres nem justas.

Admirador declarado da União Soviética, restabeleceu o controlo da economia ao estilo soviético, desencorajou a utilização da língua bielorrussa em favor do russo e promoveu o abandono da bandeira nacional vermelha e branca em favor de uma bandeira semelhante à que o país utilizava quando era uma república soviética.

A principal agência de segurança da Bielorrússia manteve o seu temível nome da era soviética, KGB, e é o único país da Europa a manter a pena de morte, com execuções efectuadas com um tiro na nuca.

Cortejo ao Ocidente, repressão no país

Enquanto negociava com o Kremlin (presidência russa) ao longo dos anos para obter mais subsídios, Lukashenko tentava periodicamente apaziguar o Ocidente aliviando a repressão. Essas aproximações terminaram depois de ter desencadeado uma violenta repressão da dissidência após as eleições de Agosto de 2020.

A eleição para o seu sexto mandato foi amplamente considerada fraudulenta, tanto no país como no estrangeiro, e desencadeou meses de protestos maciços, os maiores alguma vez registados na Bielorrússia.

As autoridades responderam com uma vasta repressão em que mais de 65.000 pessoas foram detidas, milhares foram espancadas pela polícia e centenas de meios de comunicação social independentes e organizações não-governamentais (ONG) foram encerrados e ilegalizados, o que deu origem a sanções ocidentais.

As principais figuras da oposição foram presas ou fugiram do país. Activistas dos direitos humanos afirmam que a Bielorrússia tem cerca de 1.300 presos políticos, incluindo o Prémio Nobel da Paz Ales Bialiatski, fundador do principal grupo de defesa dos direitos humanos do país, o Viasna.

As manobras de Lukashenko antes das eleições

Embora o actual mandato de Lukashenko só termine no verão, as eleições foram antecipadas, o que, segundo as autoridades, lhe permitiria "exercer os seus poderes na fase inicial do planeamento estratégico".

Lukashenko perdoou 250 pessoas descritas como prisioneiros políticos por activistas dos direitos humanos, mas não diminuiu a repressão contra a dissidência.

"Os políticos que ousaram desafiar Lukashenko estão agora literalmente a apodrecer na prisão em condições de tortura, não há contacto com eles há mais de um ano e alguns deles estão em muito mau estado de saúde", disse o representante do Viasna, Pavel Sapelka.

A líder da oposição no exílio, Sviatlana Tsikhanouskaya, que desafiou Lukashenko nas eleições de 2020 e foi forçada a fugir do país depois disso, considera que a última votação é uma farsa e exortou os bielorrussos a votar contra todos os candidatos. O seu marido, o activista Siarhei Tsikhanouski, tentou candidatar-se há quatro anos, mas foi detido e continua preso.

Sob a protecção nuclear da Rússia

Em Dezembro de 2024, Lukashenko e Putin assinaram um tratado que dava garantias de segurança à Bielorrússia, incluindo a possível utilização de armas nucleares russas.

O pacto seguiu-se à revisão da doutrina nuclear de Moscovo, que pela primeira vez colocou a Bielorrússia sob o guarda-chuva nuclear russo, no meio de tensões com o Ocidente devido à guerra na Ucrânia.CS





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