Pyongyang - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deu instruções para reforçar a preparação das forças armadas do país, especialmente "para defender de forma segura a costa e a fronteira marítima".
Essa intenção foi feita por Kim, anunciou hoje a agência estatal norte-coreana, citada pela Reuters.
Kim Jong-un, que acompanhou pessoalmente o teste de um novo míssil terra-ar lançado na quarta-feira, destacou as águas fronteiriças a norte das ilhas sul-coreanas de Yeonpyeong e Baekryeong, situadas no mar Amarelo, a oeste da península que disse serem "frequentemente invadidas por navios de guerra inimigos", numa referência à Coreia do Sul.
Segundo ele, se o inimigo penetrar na fronteira marítima por si reconhecida, considerarão isso como uma usurpação da soberania da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), nome oficial da Coreia do Norte e uma provocação armada", avisou o líder do regime de Pyongyang.
A agência de notícias KCNA disse que os mísseis da marinha norte-coreana sobrevoaram o mar do Japão durante mais de 23 minutos até atingirem um navio que servia de alvo, mas não adiantou quantos projécteis foram lançados.
Na quarta-feira, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que o exército "detectou vários mísseis de cruzeiro desconhecidos nas águas a nordeste de Wonsan", uma cidade costeira norte-coreana, lançados em direcção ao mar do Japão.
Este foi o sexto lançamento de mísseis da Coreia do Norte este ano, incluindo um teste a 14 de Janeiro do primeiro míssil de combustível sólido de alcance intermédio norte-coreano.
Kim esteve presente no lançamento e "expressou grande satisfação com os resultados" do novo míssil, chamado Padasuri-6, sublinhou a KCNA.
A Coreia do Norte não reconhece a fronteira marítima conhecida como Linha Limite Norte, traçada no mar Amarelo pela ONU para evitar novos confrontos após a assinatura do armistício que pôs fim à Guerra da Coreia em 1953.
Pyongyang reconhece a fronteira como sendo mais a sul, algo levou a três breves confrontos na zona em 1999, 2002 e 2009, enquanto em 2010 a Coreia do Norte disparou torpedos contra um navio de guerra sul-coreano, matando 46 marinheiros.
Kim tem intensificado os testes de mísseis de cruzeiro. De acordo com observadores, o Norte poderá fornecer este tipo de armas à Rússia para serem usadas na guerra na Ucrânia.
Dotada de armas nucleares, a Coreia do Norte declarou, este ano, a Coreia do Sul "inimigo principal", fechou as agências dedicadas à reunificação e ameaçou entrar em guerra perante qualquer violação territorial.
O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, prometeu uma resposta firme a um eventual ataque de Pyongyang, pedindo às Forças Armadas sul-coreanas para, em caso de provocação, "actuarem primeiro e apresentar relatórios depois". CNB/GAR