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Líder do Senado russo diz que o país está "condenado a interagir" com o Ocidente

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  • Luanda • Sexta, 10 Junho de 2022 | 16h43
Praça Vermelha na cidade de Moscovo, capital da Rússia
Praça Vermelha na cidade de Moscovo, capital da Rússia
Rosário dos Santos

Moscovo - A presidente do Senado russo defendeu, esta sexta-feira, que o seu país está "condenado a interagir" com o Ocidente e disposto a ultrapassar o confronto com os países, mas salvaguardando os seus interesses nacionais.

"Não existe tal coisa como Ocidentofobia na Rússia. Estamos prontos para ultrapassar o actual confronto, mas claro que sem prejudicar os nossos interesses", escreveu Valentina Matviyenko, no seu blogue na página oficial do Conselho da Federação Russa, por ocasião das próximas celebrações do Dia da Rússia.

"Vivemos no mesmo planeta e estamos condenados a interagir. É muito lamentável que o outro lado não queira compreender isto agora", considerou a senadora, quando o Ocidente impõe pacote após pacote de novas sanções à Rússia pela sua campanha militar na Ucrânia.

"Devemos recordar constantemente que a russofobia na Europa tem raízes profundas. E o que está a acontecer agora não é um episódio repentino e de curta duração, mas uma componente constante da vida sociopolítica ocidental. E temos de ter isto em conta em tudo, na política, na economia, na cultura", escreveu.

A responsável citou o pensador russo Nikolai Danilevsky: "A Europa vê a Rússia não só como um estrangeiro, mas também como um princípio hostil. Compreende, de facto instintivamente sente, que o núcleo da civilização russa é forte, não pode ser esmagado, pulverizado ou assimilado".

Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, salientou, por ocasião do 350.º aniversário de Pedro o Grande, que qualquer país, povo ou grupo étnico que aspire a ser uma das principais potências mundiais "deve garantir a sua soberania".

Sublinhou a importância de reforçar a soberania política, militar, económica e tecnológica, bem como a consolidação social em torno da história, cultura e língua russas, porque, argumentou, caso contrário "tudo se desintegrará".

"O país ou é soberano ou é uma colónia (...), se um país ou grupo de países não está em posição de tomar decisões soberanas, então já é, em certa medida, uma colónia. Uma colónia não tem qualquer hipótese de sobreviver no meio de uma luta geopolítica tão dura", disse o chefe de Estado.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os sectores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que 4.302 civis morreram e 5.217 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 107.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.





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