Seul - O líder do partido no poder na Coreia do Sul, Han Dong-hoon, anunciou hoje a demissão, dois dias após o parlamento ter aprovado uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol.
"Estou a demitir-me do cargo de líder do Partido do Poder Popular (PPP)", declarou Han Dong-hoon, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão, segundo a Lusa.
Acrescentou que apresentava “sinceras desculpas a todos aqueles que sofreram com a lei marcial”.
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul iniciou esta manhã (hora local) uma primeira reunião para discutir o calendário do processo de destituição de Yoon Suk-yeol.
No sábado à noite, os deputados aprovaram uma moção de destituição contra Yoon, entretanto suspenso, sancionando a breve imposição da lei marcial na noite de 03 para 04 de Dezembro.
O antigo procurador-geral surpreendeu o país ao declarar de surpresa o estado de emergência e ao enviar o exército para o parlamento, numa tentativa de o amordaçar, para em seguida recuar, apenas seis horas depois, sob pressão da Assembleia Nacional e dos manifestantes.
O Tribunal Constitucional tem cerca de seis meses para se pronunciar sobre a validade da moção de destituição.
Se a moção for aceite, Yoon será deposto e terão de ser realizadas eleições presidenciais no prazo de dois meses.
O vencedor tomará posse no dia seguinte ao resultado, sem o habitual período de transição.
Durante este período que poderá ir até oito meses, o primeiro-ministro, Han Duck-soo, manterá competências de chefe do Governo interino.
Nas primeiras palavras como dirigente interino, Han Duck-soo comprometeu-se a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para assegurar uma "governação estável".
De acordo com a maioria dos especialistas, não restam muitas dúvidas quanto ao resultado das diligências agora iniciadas pelo Tribunal Constitucional, tendo em conta as violações flagrantes da Constituição e da lei de que Yoon é acusado.
O Tribunal Constitucional é normalmente composto por nove juízes, mas três reformaram-se em Outubro sem serem substituídos, devido ao impasse político no país.
Como são necessários seis votos para a destituição, será necessária uma decisão unânime para destituir Yoon Suk Yeol.
O líder da oposição, Lee Jae-myung, afirmou este domingo que uma decisão rápida era "a única forma de limitar a agitação nacional e aliviar o sofrimento do povo".
Estrela política envolvida em escândalos que podem custar-lhe a elegibilidade, Lee é o favorito dos analistas em caso de novas eleições.
Em 2022, perdeu para Yoon pela margem mais estreita da história da Coreia do Sul.
Em Novembro, Lee Jae-myung foi considerado culpado de violação das leis eleitorais, mas o veredicto foi suspenso.
Se for condenado, não poderá recandidatar-se.
Se, no entanto, fosse eleito antes da sentença, a acção penal seria suspensa, devido à imunidade presidencial. GAR