Phnom Penh - Um tribunal do Cambodja condenou hoje o líder da oposição, Kem Sokha, a 27 anos de prisão domiciliária por traição, num caso que grupos de direitos humanos dizem ter motivação política, informou a Lusa.
“Kem Sokha (...) é condenado a 27 anos de prisão por conluio com estrangeiros no Cambodja e em outros lugares", disse o juiz Koy Sao, num tribunal de Phnom Penh.
Figura da oposição e co-fundadora do Partido da Salvação Nacional do Cambodja (PSNC), entretanto, Kem Sokha, de 69 anos, tem contestado sempre as queixas.
O político foi levado de imediato do tribunal para casa, onde vai permanecer em prisão domiciliária, estando proibido de se encontrar com qualquer pessoa, excepto membros da família.
Kem Sohka também está proibido de votar ou concorrer a cargos políticos.
A condenação do activista é um erro da justiça, reagiu o embaixador dos Estados Unidos no Cambodja.
O julgamento foi baseado numa "conspiração fabricada", disse W. Patrick Murphy aos jornalistas, no exterior do tribunal de Phnom Penh.
Kem Sohka foi detido em Setembro de 2017 e acusado de tentar derrubar o governo de Hun Sen, no poder desde 1985.
Críticos dizem que com Hun Sen houve um retrocesso das liberdades democráticas no país e que este utilizou os tribunais para reprimir opositores, deter activistas e defensores dos direitos humanos.
Em Outubro de 2022, Sam Rainsy, líder histórico da oposição do Cambodja e também co-fundador do PSNC, foi condenado à revelia a prisão perpétua, uma pena simbólica, uma vez que o activista está proibido de regressar ao país.
Rainsy foi considerado culpado de tentar "entregar a um estado estrangeiro todo ou parte do território" do Cambodja.CNB/GAR