Caracas - A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, disse na terça-feira que "muito em breve" verá os venezuelanos nas ruas do país, sem adiantar mais detalhes, inclusive sobre o seu paradeiro, noticiou o site Notícias ao Minuto
"Reconheçamos que estamos cada vez mais perto dessa mudança que tanto desejamos e merecemos. (...) Ver-nos-emos muito em breve nas ruas do nosso querido país", afirmou Corina Machado numa mensagem áudio transmitida na rede social X.
María Corina Machado está escondida das autoridades venezuelanas por temer pela vida e pela liberdade, mas tem enviado mensagens aos venezuelanos dizendo que se aproxima o fim do atual regime na Venezuela e pedindo-lhes que estejam atentos aos sinais.
"Temos o direito sagrado de escolher o nosso destino, foi assim que decidimos, foi assim que o fizemos e agora vamos respeitá-lo", disse na terça-feira.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória ao Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.
O próximo Presidente da Venezuela tomará posse a 10 de janeiro de 2025 para um período de seis anos.
Em setembro passado, o Parlamento Europeu reconheceu Edmundo González Urrutia como o presidente legítimo e democraticamente eleito do país e María Corina Machado como a líder das forças democráticas.
Ambos receberam o Prémio Sakharov, o maior prémio de direitos humanos da União Europeia, com o valor pecuniário de 50 mil euros.CS