Grozny - O líder checheno pró-Moscovo, Ramzan Kadyrov, que está a combater com as suas forças na Ucrânia, disse que a cidade de Mariupol será "libertada" nas próximas horas, apesar da resistência ucraniana.
Numa declaração inicial na rede social Telegram, citada pela agência oficial russa TASS, Kadyrov disse que a cidade portuária no leste da Ucrânia será conquistada ainda hoje, mas posteriormente acrescentou que isso poderá acontecer na quarta-feira.
Kadyrov disse que as tropas russas acabarão com os defensores ucranianos de Mariupol e assumirão o controlo total da gigantesca siderurgia Azovstal, a última fortaleza ucraniana na cidade.
As tropas ucranianas defendem o porto estratégico no Mar de Azov desde há sete semanas, apesar do bloqueio russo e dos bombardeamentos que arrasaram a maior parte da cidade, que tinha menos de meio milhão de habitantes antes da ofensiva russa.
A fábrica de Azovstal, um complexo com cerca de 11 quilómetros quadrados, ofereceu aos defensores ucranianos uma forte posição de combate graças à sua extensa rede de túneis e depósitos subterrâneos.
As forças armadas russas fizeram hoje novamente um ultimato aos combatentes ucranianos para que se rendessem até às 12h00 locais, depois de anteriormente terem rejeitado depor as armas.
Posteriormente, o ministério da Defesa russo, citado pela TASS, anunciou a abertura de três corredores humanitários perto da fábrica Azovstal com veículos para transportar os ucranianos que decidiram render-se.
Citando a "situação catastrófica na fábrica metalúrgica Azovstal", o chefe do Centro Nacional de Controlo de Defesa da Rússia, coronel-general Mikhail Mizintsev, disse que cada comboio humanitário inclui 30 autocarros e carros para o transporte de pessoas, e 10 ambulâncias.
Foram também instalados pontos de alojamento temporário e organizadas zonas para fornecimento de alimentos e prestação de cuidados médicos primários, disse Mizintsev, que é também responsável pela coordenação da "resposta humanitária na Ucrânia".
Mizintsev disse ainda que o apelo à rendição foi transmitido aos combatentes que permaneceram em Azovstal através da vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk.
A conquista de Mariupol é considerada fulcral para o controlo russo da região do Donbass, onde se situam as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, que a Rússia reconheceu antes de lançar a internvenção militar na Ucrânia, a 24 de Fevereiro.