Ancara - A Líbia e a Turquia assinaram terça-feira na capital turca, Ancara, dois acordos militares que prevêem a modernização da aviação militar líbia, noticiou hoje a Lusa.
Neste contexto, os acordos foram assinados pelo ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, e pelo primeiro-ministro líbio, Abdelhamid Dbeibah, que está de visita à Turquia para participar na feira internacional de defesa que se realiza neste país.
Segundo um comunicado do governo de Dbeibah, o primeiro acordo diz respeito à melhoria das capacidades da aviação militar da Líbia graças a experiência turca neste domínio.
Os acordos foram assinados três semanas depois dos dois países terem assinado um acordo de prospecção de hidrocarbonetos em águas líbias, explicou o Governo da Líbia em comunicado.
O segundo acordo inclui várias cláusulas de implementação relativas ao acordo de segurança assinado em 2019 pela Turquia e o antigo Governo de da Líbia, em simultâneo com a assinatura do controverso acordo de delimitação marítima que fez com que a União Europeia manifestasse o seu profundo desagrado.
Em troca dos acordos bilaterais de 2019, a Turquia ajudou o governo de Trípoli a repelir em Junho de 2020, a ofensiva liderada pelas forças do marechal Khalifa Haftar, homem forte de leste, para tomar a capital Trípoli localizada no oeste, que o país está envolvido em lutas de poder entre o leste e oeste.
A Turquia enviou conselheiros militares e drones para a Líbia, os quais infligiram uma série de derrotas às portas de Trípoli as forças do marechal Haftar, apoiado pela Rússia e por rivais regionais de Ancara, nomeadamente os Emirados Árabes Unidos e o Egipto.
Os dois governos têm vindo a disputar o poder na Líbia, país que resvalou para o caos, após a revolta que derrubou o regime de Muammar Kadhafi em 2011.
O que apoia Trípoli foi criado em 2021 como parte do processo de paz patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto o outro é liderado pelo ex-ministro do Interior, Fathi Bachagha, apoiado pelos partidários do marechal Haftar.
No início de Outubro, Líbia e Turquia assinaram um acordo de prospecção de hidrocarbonetos nas águas líbias, que foi denunciado pela Grécia e pelo Egipto.