Líbano: Socialistas europeus concluem missão a Beirute "bastante preocupados"

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  • Luanda     Terça, 07 Setembro De 2021    13h04  

Beirute - A missão dos Socialistas europeus que esteve no Líbano nos últimos quatro dias regressou a Bruxelas bastante preocupada com a situação "dramática" e a falta de garantias de eleições livres no próximo ano, disse à Lusa o eurodeputado Pedro Marques.

Em declarações à Lusa dando conta de múltiplos contactos ao longo da visita a Beirute do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D), que liderou, e na qual participou também a eurodeputada socialista portuguesa Isabel Santos, Pedro Marques, vice-presidente do grupo para os Negócios Estrangeiros, afirmou que "a mensagem global" que chegou da sociedade civil "é de grande, grande desconfiança relativamente à capacidade desta classe política libanesa de se governar, governar o país e reformar o país".

"A desconfiança dos cidadãos é realmente muito, muito grande (...) Mas todos têm noção, e nós deixámos essa mensagem muito clara, de que não há agora outra oportunidade. É preciso formar um governo novo, muito rapidamente - e espera-se um governo a qualquer momento - e é preciso preparar as condições para realizar eleições livres no próximo ano, como está previsto", enfatizou.

Pedro Marques lamentou, todavia, que não se esteja "ainda sequer muito perto dessa situação, porque não é certo que o Governo seja formado e as condições para a realização de eleições livres ainda não estão asseguradas".

"Portanto, há muito trabalho pela frente, a União Europeia (UE) fará a sua parte, mas vamos daqui bastante preocupados relativamente às garantias que nos foram dadas em relação à realização de eleições, porque a Comissão Eleitoral Independente reclama mais independência na lei, poder judicial, meios financeiros, e tudo isto ela não os tem, pelo que estamos ainda necessitados de muito mais mudanças para que possamos assegurar um futuro com mais esperança para o Líbano", afirmou.

O eurodeputado garantiu que a UE e os deputados ao Parlamento Europeu continuarão "vigilantes", devendo uma delegação parlamentar regressar ao Líbano "daqui a um ou dois meses", e destacou a importância em particular da missão observação eleitoral no próximo ano, "para garantir que realmente há condições de esperança para estas pessoas".

Apontando que a UE já alertou que a disponibilização de meios financeiros para a realização de projetos de reforma e de reconstrução do país "está condicionada à própria realização dessas reformas", em matérias como a independência do poder judicial, o combate à corrupção e a própria lei eleitoral, Pedro Marques considerou importante a ideia de o apoio financeiro ser condicional.

Ao salientar que um dos instrumentos de que a UE dispõe é um processo de sanções, comentou que "é algo ninguém quer chegar lá, mas, no limite, pode ser preciso chegar aí" e "os responsáveis políticos libaneses sabem perfeitamente que essa é uma possibilidade real".

"Agora está na sua mão evitar a situação de sanções, agindo, reformando o país, e não estando permanente neste bloqueio em que se encontram há pelo menos dois anos", disse.

A terminar, o eurodeputado destacou que o Líbano precisa de "apoio humanitário urgente", já que, à revolução de outubro de 2019, seguiu-se a pandemia e a devastadora explosão no porto de Beirute em agosto do ano passado que destruiu aquela zona da cidade, e a mais recente crise que decorre do incumprimento da dívida e da desvalorização brutal da moeda, que mergulhou cerca de três quartos da população em situação de privação ou pobreza severa.

"É realmente uma situação, muito, muito dramática, que exige apoio humanitário no imediato, precisa de um governo reformista e precisa certamente de eleições no próximo ano (...) É um país devastado à espera de mudanças, à espera de reformas, à espera de apoio internacional e de assistência humanitária, que há-de chegar, mas que depende também de estes políticos libaneses começarem a mudar a situação e começarem a fazer alguma coisa pela vida dos libaneses", concluiu.





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