Riga - As autoridades da Letónia anunciaram quinta-feira a detenção terça-feira de um jornalista da agência russa Sputnik, por alegada espionagem e violação das sanções impostas pela União Europeia à Rússia em retaliação pela invasão da Ucrânia.
O Serviço de Segurança do Estado da Letónia (VDD) indicou que as actividades do suspeito, Marat Kasem, um cidadão letão, se encontravam há "muito tempo" sob vigilância e que este trabalha para a agência Sputnik, propriedade do Kremlin, segundo agência Reuters.
Além disso, é conhecido por divulgar informação de acordo com os interesses do Governo russo, incluindo mensagens que "desacreditam a Letónia e os seus aliados".
O detido, sublinhou o VDD, ocupa "uma posição de liderança" neste meio de comunicação, uma vez que é responsável pela organização e gestão de conteúdos e regressou à Letónia no final de 2022, após "vários anos" de vida e trabalho na Rússia.
O VDD salientou que, após a invasão russa da Ucrânia, a 24 de Fevereiro do ano passado, aquele "meio de propaganda do Kremlin" foi bloqueado pelos Estados-membros da União Europeia (UE), pela "sua justificação da agressão militar e acções para desestabilizar a situação noutros países europeus".
De acordo com a agência, o detido, Marat Kasem, é editor-chefe da filial lituana da Sputnik e foi enviado para um centro de detenção na capital letã, Riga, após uma audiência judicial preliminar.
As acusações de espionagem de que é alvo podem condená-lo a uma pena de até 20 anos de prisão.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, denunciou a detenção como uma "vingança" típica dos "regimes ditatoriais" e recordou à Letónia que esta também constitui uma violação dos seus compromissos internacionais em matéria de liberdade de expressão.
Em Janeiro de 2020, o VDD já prendera vários cidadãos letões por criarem conteúdos para a Sputnik e a Baltnews, ambas propriedade do grupo de comunicação social Rossiya Segodnya, cujo director, Dmitry Kiseliov, foi sancionado pela UE devido à sua relação próxima com o Presidente russo, Vladimir Putin, e por apoiar a guerra russa na Ucrânia.