Camberra - O fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, já se encontra na Austrália, depois de um acordo com os Estados Unidos, segundo o qual, ele declara-se hoje culpado de uma acusação criminal de conspiração, segundo a AFP.
O voo fretado VJT199 partiu da ilha de Saipan, capital das Ilhas Marianas, por volta das 12h10 local (03h10 em Luanda) e aterrou na capital australiana, Camberra, pelas 19h37 (10h37 em Luanda), de acordo com o 'site' de monitorização de voos Flightradar.
De acordo com AFP, Julian Assange é oficialmente "um homem livre" e voou para a Austrália para reunir-se com a família.
Com esta decisão, parece que poderá sair deste tribunal como um homem livre. “Espero que isto ajude a restaurar alguma paz", disse a juíza Ramona Villagomez Manglona, ao proferir a sentença num tribunal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico.
A juíza explicou que aceitou o acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, segundo o qual Assange declarou-se culpado de uma acusação criminal de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, em violação da lei de espionagem norte-americana.
O acordo implica uma pena de 62 meses de prisão, o período que o australiano já cumpriu na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido.
Assange aceitou ainda renunciar ao direito de apresentar recurso e comprometeu-se a destruir qualquer informação confidencial obtida pelo WikiLeaks.
Após a confissão de culpa, os procuradores norte-americanos procederam à leitura do acordo com a defesa de Assange.
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, altura em que foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.
Os EUA tentavam do jornalista, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidos pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.
As autoridades americanas pretendiam julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos.
O australiano estava acusado ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão. DSC/GAR