Bruxelas - O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou hoje "veementemente a violência" das forças de segurança contra manifestantes na Geórgia, considerando "inaceitável" o recurso à força para conter protestos pacíficos.
"A Geórgia é um país candidato à UE e apelo às suas autoridades para que garantam o direito de reunião pacífica", escreveu Josep Borrell numa declaração publicada na sua conta na rede social X.
As autoridades georgianas anunciaram hoje que cerca de 60 manifestantes pró-europeus foram detidos durante uma manifestação noturna em Tbilissi que foi violentamente reprimida pela polícia. Os protestos duraram cerca de seis horas, tendo ficado feridos seis elementos das forças policiais.
Os manifestantes protestavam contra um projeto de lei sobre a "influência estrangeira" que os críticos consideram ser semelhante à legislação russa utilizada contra a oposição.
Em conferência de imprensa, o ministro do Interior da Geórgia, Alexandr Darajvelidze, disse que "os participantes no protesto atiraram vários objectos pesados, incluindo garrafas e pedras, contra os agentes".
De acordo com o governante, as forças de segurança tiveram de utilizar meios especiais para dispersar a manifestação quando esta assumiu um "carácter violento".
Os manifestantes gritavam "Não à lei russa!" e "Geórgia!", enquanto atiravam ovos à forças policiais, e tentaram bloquear o edifício do parlamento, fortemente vigiado pela polícia de choque, que utilizou gás lacrimogéneo para os dispersar.
Os protestos na Geórgia contra a "lei de transparência da influência estrangeira", que os deputados já aprovaram em primeira leitura, começaram há mais de duas semanas.
Ao mesmo tempo, os apoiantes do Governo reuniram na segunda-feira dezenas de milhares de pessoas na capital da Geórgia a favor da política do executivo.CS