Jenin, Cisjordânia - A jornalista palestiniana, Shireen Abu Akleh, 51 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira, durante uma operação do Exército de Israel em Jenin, no norte da Cisjordânia.
Akleh cobria a entrada de tropas israelitas na cidade, quando foi atingida por tiros.
Ela trabalhava como correspondente do Al Jazeera desde 1997 e tornou-se referência na Península Arábica pela especialização na cobertura dos conflitos regionais, incluindo a 2ª Intifada –insurreição palestiniana contra a repressão do governo israelita entre 2000 e 2005.
O Al Jazeera e o Ministério da Saúde palestiniano afirmam que Abu Akleh morreu com um tiro na cabeça disparado pelo lado israelita.
O presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, também culpou Israel pela morte da jornalista.
Já o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, disse “parecer provável” que “palestinianos armados […] tenham tenham sido os responsáveis” pela morte, segundo o Axios.
Os tiros também feriram o jornalista Ali Samoudi, correspondente do jornal Al-Quds. Foi atingido nas costas e a sua condição é estável. ...
Ambos vestiam coletes a prova de bala com a palavra press (imprensa em inglês). O equipamento é usado para identificar os profissionais de imprensa em coberturas de conflitos.
O embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides, pediu “uma investigação completa sobre as circunstâncias” da morte da jornalista. Ele também confirmou que Akleh era uma cidadã palestina norte-americana.
O porta-voz do Estado dos EUA, Ned Price, condenou o assassinato da jornalista. No seu perfil no Twitter, disse que “a sua morte é uma afronta à liberdade da mídia em todos os lugares”.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU também manifestou-se sobre o caso. Disse que o órgão “está a verificar os factos”.
“Pedimos uma investigação independente e transparente sobre o seu assassinato. A impunidade deve acabar”, afirmou na sua conta no Twitter.