Tóquio – O Japão aconselhou hoje, 14, os cerca de 150 japoneses a viver na Ucrânia a deixar “imediatamente” o país devido a tensões com a Rússia.
"Os cidadãos japoneses são aconselhados a deixar o país usando aviões comerciais, pois alguns voos foram já suspensos e existe a possibilidade de serem totalmente suspensos nos próximos dias", disse o porta-voz do Governo Hirokazu Matsuno, citado pela agência de notícias Efe.
A embaixada japonesa em Kiev informou os seus cidadãos por e-mail, dias após elevar o alerta de segurança na Ucrânia.
"Na sexta-feira passada elevámos o nível de alerta de segurança para quatro, não só na capital, mas também em todo o país", disse Matsuno, que explicou que o Governo japonês formou uma equipa interna para acompanhar a crise no país europeu.
O Japão irá começar também hoje a retirar o pessoal não essencial da sua embaixada em Kiev, mantendo apenas um serviço consular mínimo.
"Vamos dar prioridade à segurança dos nossos cidadãos e continuaremos a comunicar individualmente por correio (electrónico) e por telefone", sublinhou Matsuno.
O anúncio do Japão ocorre dias após dezenas de países e organizações internacionais, incluindo o de Portugal, terem pedido aos seus cidadãos para deixar a Ucrânia, tendo ainda desaconselhado viagens para o país.
Na sexta-feira, os Estados Unidos apelaram aos cidadãos para deixarem a Ucrânia o mais rapidamente possível, considerando que "há uma clara possibilidade" de que Moscovo lance um ataque.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, alertou, também na sexta-feira, para o "risco real" de um "conflito armado" desencadeado pela Rússia.
A Rússia nega pretender invadir a Ucrânia, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.
Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da OTAN e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997.
Os Estados Unidos e os seus aliados da OTAN e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recusam tais exigências.