Jerusalém - Israel rejeitou hoje as emendas do Líbano ao projecto de acordo de fronteira marítima entre os dois países para facilitar a exploração no mar de jazidas de gás, disse um alto responsável israelita.
“O primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, foi informado sobre as mudanças significativas que o Líbano está a tentar fazer no acordo e pediu à sua equipa de negociadores que as rejeite", disse um alto responsável israelita à agência de notícias AFP, sob anonimato.
Na terça-feira, o Líbano respondeu a uma proposta dos Estados Unidos para resolver a sua disputa com Israel sobre a fronteira marítima, que deveria permitir que os dois países avançassem na exploração de grandes campos de gás “offshore” no Mediterrâneo oriental.
Os líderes libaneses reuniram-se segunda-feira para elaborar uma resposta unificada à proposta dos Estados Unidos, cujo conteúdo não foi tornado público.
E expressaram a sua confiança em chegar a um acordo rapidamente, criando um optimismo por parte das autoridades israelitas nos últimos dias.
A proposta do mediador norte-americano sobre a demarcação da fronteira marítima entre o Líbano e Israel "protege e fortalece" os interesses do Estado judeu, disse o primeiro-ministro israelita que, em plena campanha para as eleições legislativas em 01 de Novembro, é alvo de fortes críticas da oposição, liderada por Benjamin Netanyahu, sobre este projecto de acordo.
Netanyahu, que procura retornar à chefia do Governo israelita, acusou Lapid de dar um "território soberano de Israel" ao grupo libanês Hezbollah, inimigo do Estado judaico.
De acordo com autoridades israelitas, o acordo prevê que o campo “offshore” de Karish será de Israel e que as reservas de Cana serão concedidas ao Líbano, mas que o Estado judeu vai receber parte das receitas da exploração de gás.
Israel, que não detalhou hoje quais emendas libanesas estão a causar problemas, sustentou que vai explorar o depósito de Karish, mesmo na ausência de um acordo na sua fronteira marítima com o Líbano e apesar das ameaças feitas neste sentido.