Jerusalém - O Exército israelita indicou hoje que eliminou mais de 15 combatentes palestinianos e deteve 40 indivíduos procurados durante a vasta operação militar que começou na semana passada em Jenin, um bastião de grupos armados na Cisjordânia ocupada, agência France Presse (AFP).
Dezenas de armas foram apreendidas, adiantou o Exército em comunicado, mencionando a descoberta de uma bomba escondida num edifício da cidade e o desmantelamento de engenhos explosivos colocados ao longo das estradas.
"Foi localizado um centro de comando e observação, com botijas de gás para o fabrico de engenhos explosivos", acrescentou.
Apoiados por escavadoras, aeronaves e veículos militares blindados, os soldados israelitas lançaram a Operação Muro de Ferro em Jenin, em 21 de Janeiro, dois dias após o início de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que quer "erradicar o terrorismo em Jenin", uma cidade que faz fronteira com um campo de refugiados no norte da Cisjordânia, no território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
Salim al-Saadi, membro do comité de gestão do campo, disse à agência France Presse (AFP) que 80% dos residentes do campo tinham saído desde o início da operação, sem adiantar o número de pessoas em questão.
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) informa no seu 'site' que mais de 24.000 refugiados foram registados no campo em 2023, sem representar com precisão a população real existente.
Na quinta-feira, imagens da AFP mostraram filas de adultos e crianças a caminhar por uma rua lamacenta, alguns transportando pertences amontoados em sacos, auxiliados por ambulâncias do Crescente Vermelho Palestiniano.
Várias autoridades palestinianas relataram uma ordem israelita para abandonar o campo, mas o Exército negou.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana registou até ao momento doze mortes na operação.
A violência na Cisjordânia explodiu durante o começo da guerra na Faixa de Gaza.
Desde Outubro de 2023, mais de 860 palestinianos foram mortos pelo Exército israelita ou por colonos, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Ao mesmo tempo, pelo menos 29 israelitas, incluindo militares, morreram em ataques palestinianos ou em operações do Exército, de acordo com Israel.CQ/CS