Irão: Governo critica resolução dos EUA para tirar país da comissão para mulheres

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  • Luanda • Quinta, 15 Dezembro de 2022 | 14h48

Teerão - O Irão criticou esta quinta-feira duramente a "resolução sem consenso promovida pelos Estados Unidos" no Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) para a sua suspensão de uma comissão da ONU para os direitos das mulheres.

A medida teve origem numa "iniciativa maliciosa" dos Estados Unidos que visa "impor as vontades políticas de Washington", afirmou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Naser Kanani.

O Irão foi expulso na quarta-feira, com 29 votos favoráveis, da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, um órgão das Nações Unidas (ONU), devido às suas políticas contrárias aos direitos de mulheres e meninas e à repressão imposta a manifestantes.

A resolução, da autoria dos EUA, mas co-assinada por vários países, foi levada a votos no ECOSOC, composto por 54 Estados, tendo 29 países votado a favor.

Rússia, China, Nicarágua, Bolívia, Omã, Nigéria, Cazaquistão e Zimbabué foram os países que rejeitaram a resolução.

Entre as abstenções estiveram países como México, índia, Indonésia ou Gabão.

A resolução aprovada determina a "remoção com efeito imediato da República Islâmica do Irão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher pelo período restante do seu mandato", que começou este ano e iria terminar em 2026.

O porta-voz iraniano alegou hoje que a comissão votou três vezes na última década a favor da adesão do Irão ao órgão e classificou os Estados Unidos como "o maior violador da nação iraniana e dos direitos das mulheres".

Washington adoptou inúmeras "medidas hostis" desde a Revolução Islâmica de 1979, adiantou Nasser Kanani, questionando como pode agora Washington "dizer que apoia os direitos das mulheres".

"Os Estados Unidos não podem encobrir as suas violações generalizadas dos direitos da nação iraniana, e das mulheres iranianas em particular, impondo sanções unilaterais por meio de uma campanha de difamação contra o Irão", afirmou.

Descrevendo como "irónico" que "o falso regime de Israel" faça parte da comissão devido ao apoio dos Estados Unidos e dos seus aliados, apesar do "passado sombrio de Telavive em relação a crimes organizados contra a nação oprimida da Palestina", o porta-voz garantiu que as autoridades iranianas trabalham arduamente para garantir os direitos das mulheres do país.

É óbvio, disse,  que também agora, as mulheres iranianas continuarão a seguir o caminho do avanço e do progresso, com base nos valores iranianos e islâmicos.

"A iniciativa dos EUA é, sem dúvida, condenável e inaceitável aos olhos da grande nação iraniana, das consciências despertas e dos governos independentes do mundo", afirmou Kanani, agradecendo aos países que apoiaram Teerão na votação.

O Irão tem sido palco de uma onda de protestos sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979 desde 16 de Setembro, quando a jovem curda iraniana Mahsa Amini morreu num hospital, depois de ter estado detida pela chamada polícia da moralidade, uma unidade responsável por verificar o cumprimento do rígido código de vestuário feminino do país.

Em três meses de protestos, mais de 500 pessoas morreram e há pelo menos 15.000 detidos, segundo a organização não-governamental Iran Human Rights.

Segundo a Guarda Revolucionária Iraniana, naquele que foi o primeiro balanço oficial desde o início das manifestações, o número de mortos não passa das 300 pessoas.

 

 

 




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