Teerão - O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, cujo país é apoiante do Presidente sírio, Bashar al-Assad, declarou hoje que o Irão "analisará" qualquer pedido de envio de tropas para a Síria, "se" Damasco o solicitar.
"Se o Governo sírio nos pedir para enviarmos forças para a Síria, vamos analisar esse pedido", escreveu Araghchi, na sua conta oficial da plataforma digital Telegram, referindo uma entrevista ao 'site' de notícias em língua árabe Al-Araby al-Jadid, noticia a Lusa.
Trata-se da declaração mais explícita das autoridades iranianas desde a ofensiva lançada a 27 de Novembro por grupos rebeldes contra o regimento do Presidente Assad.
Na segunda-feira, o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmaïl Baghaï, indicou que o Irão tencionava manter "conselheiros militares" na Síria, sem especificar se o seu país iria ou não aumentar o respetivo número.
O Irão tem estado militarmente envolvido na Síria desde o início da guerra civil, em 2011, com aquilo que Teerão descreve como "conselheiros militares" para apoiar o Exército sírio, a pedido de Damasco.
Milícias xiitas próximas do Irão também estão presentes como reforços em território sírio.
Muitos oficiais iranianos perderam a vida na Síria em combates, mas também em consequência de ataques israelitas a alegados alvos pró-iranianos.
Numa visita a Damasco, na segunda-feira, Abbas Araghchi garantiu que o seu país dará "todo o apoio necessário" ao seu aliado sírio para enfrentar os grupos rebeldes.
Teerão classifica este ataque ao poder sírio como uma conspiração norte-americano-israelita para "destabilizar" o Médio Oriente.
A guerra civil na Síria está de novo no centro das atenções, depois de uma nova coligação rebelde ter lançado um ataque de surpresa, invadindo a segunda maior cidade do país, Alepo.
A ofensiva, segundo reportam a estação televisiva norte-americana CNN e o diário The Independent, é a primeira em que as forças da oposição conquistam território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra que, formalmente, nunca terminou.
O reacendimento do conflito, que já matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, tem também amplas ramificações na região. AM