Teerão - O Irão iniciou o enriquecimento de urânio a 60%, informa a agência IRNA, citando o vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi.
"O Irão vai instalar mais mil centrífugas na usina nuclear de Natanz", comunicou o diplomata ao canal de televisão Press TV. Adicionalmente, o oficial confirmou que o Irão notificou a Agência Internacional de Energia Atómica sobre os níveis de enriquecimento de urânio.
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores do Irão, Javad Zarif, declarou que centrífugas de nova geração de enriquecimento de urânio vão ser instaladas em breve, sendo a instalação uma resposta à "estupidez" dos organizadores da explosão na usina nuclear.
Por sua vez, o líder supremo da nação persa, Ali Khamenei, disse que Teerão vai enriquecer urânio se os interesses iranianos exigirem isso.
A 11 de Abril, o Irão relatou que na usina nuclear de Natanz foi registado um incidente na rede de distribuição de energia. O presidente da Organização de Energia Atómica do Irão, Ali Akbar Salehi, chamou o incidente de "uma manifestação do terrorismo nuclear".
O jornal The New York Times, citando fontes, escreveu que o incidente foi causado por explosão arquitectada por Israel. Após isso, o chefe da diplomacia iraniana também anunciou o envolvimento de Israel.
O Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi celebrado em 2015 pelo Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irão para o cancelamento das sanções contra a nação persa em troca da restrição do programa nuclear iraniano, mas não chegou a três anos de existência. Em Maio de 2018, a administração norte-americana de Donald Trump anunciou a sua saída unilateral do JCPOA e o retorno à política de "pressão máxima" contra o Irão.
Um ano depois, o Irão anunciou a redução gradual dos seus compromissos no âmbito do acordo, se recusando a restringir pesquisas nucleares, centrífugas e nível do enriquecimento de urânio. No final de 2020, entrou em vigor a lei iraniana que lançou a produção de urânio enriquecido a 20%, bem como a utilização de centrífugas mais potentes e a rejeição das investigações da Agência Internacional de Energia Atómica, por causa das sanções impostas à nação persa.