Teerão - O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, apelou hoje, após reunir-se com o vice-primeiro-ministro russo em Teerão, ao reforço das relações bilaterais e à aceleração e conclusão do corredor estratégico de transporte internacional Norte-Sul.
"A implementação da linha ferroviária Rasht-Astara, no âmbito do acordo Irão-Rússia, é a prioridade dos nossos planos e estamos determinados a implementá-la", disse Pezeshkian, segundo a IRNA.
O Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul é uma rede multimodal de 7.200 quilómetros de rotas marítimas, ferroviárias e terrestres para o transporte de mercadorias entre a Índia, Irão, Azerbaijão, Rússia, Ásia Central e Europa.
"O Irão está empenhado em cumprir as disposições deste acordo e a parte russa pode começar a traçar a rota para a construção deste gigantesco projecto o mais rapidamente possível", sublinhou Pezeshkian.
O vice-primeiro-ministro russo, Vitaly Savelyev, por sua vez, afirmou que Moscovo disponibilizou a linha de crédito necessária para a construção da linha férrea Rasht-Astara e acordou com o Azerbaijão a modernização e actualização da parte da linha férrea situada no seu território.
"Espera-se que, com a implementação do acordo ferroviário Astara-Rasht, possamos atingir a capacidade de transferir 15 milhões de toneladas de mercadorias entre os dois países numa primeira fase", afirmou Savelyev, que convidou Pezeshkian a visitar oficialmente Moscovo no início de 2025, altura em que os dois países vão assinar o acordo de cooperação global.
Hoje, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, durante a tradicional conferência de imprensa semanal, afirmou que o acordo estratégico poderá ser assinado em Janeiro entre os dois países.
As relações entre a Rússia e o Irão reforçaram-se nos últimos anos, sobretudo no contexto do conflito ucraniano, em que Moscovo conta com o apoio de Teerão, que terá fornecido 'drones' e mesmo mísseis à parte russa, segundo o Ocidente.
Em Novembro passado, Teerão e Moscovo ligaram os seus sistemas bancários para impulsionar o comércio e as transacções financeiras, numa tentativa de fazer face às sanções económicas dos Estados Unidos e da Europa. AM