Ancara - Pelo menos 38 pessoas morreram nas inundações e nos deslizamentos de terra no norte da Turquia, segundo novo balanço divulgado hoje pelas autoridades, enquanto prosseguem os trabalhos de busca e salvamento.
O ministro da Saúde turco, Fahrettin Coca, anunciou sexta-feira na rede social Twitter que 32 pessoas morreram em Kastamonu e seis em Sinop.
O anterior balanço oficial de sexta-feira de manhã dava contra de cerca de 27 mortos.
Hassan Batalci, um político da oposição, disse à televisão Halk TV que os habitantes de Kastamonu contactaram a Gestão de Emergências e Desastres (AFAD) para procurar informações relativas a 329 pessoas, que podem estar desaparecidas.
O opositor do governo de Recep Tayyip Erdogan advertiu que alguns nomes podem estar a surgir em duplicado e que outros podem ser de pessoas que não conseguiram entrar em contacto com os familiares.
Erdogan, que cancelou as comemorações do 20.º aniversário do seu partido no governo, visitou uma das regiões mais afectadas, onde prometeu reconstruir as casas, estradas e pontes demolidas.
O chefe de Estado turco lembrou ainda os incêndios florestais e as inundações que ocorreram noutros países, como os Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
"Como em muitas partes do mundo, o nosso país vem lutado contra os desastres naturais há algum tempo. A nossa esperança é fugir destes desastres com o menor dano possível", frisou Erdogan.
As inundações, que afectaram sobretudo as províncias de Kastamonu, Bartin e Sinop, situadas junto ao mar Negro, foram causadas por chuva intensa na noite de terça-feira para quarta-feira.
Devido à chuva forte, o nível da água subiu até aos quatro metros em algumas cidades, segundo as autoridades, e as ruas transformaram-se em torrentes que transportaram carros e todo o tipo de entulho.
Muitos cientistas estabelecem uma ligação entre o aquecimento global causado pela actividade humana e a ocorrência cada vez mais frequente de acontecimentos climáticos extremos.
A Turquia foi palco nos últimos meses de várias catástrofes naturais, nomeadamente episódios de seca e violentos fogos florestais.
Vários responsáveis políticos e associações exortaram o governo a tomar medidas radicais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
A Turquia não ratificou o acordo de Paris sobre o clima de 2015.