Nova Délhi - A Índia anunciou, esta quinta-feira, que os comandantes das suas tropas e do Exército chinês concordaram em manter a segurança no sector ocidental na linha divisória entre os dois países, apenas duas semanas depois da escalada de tensões, segundo agência Reuters.
A reunião ocorreu terça-feira no lado chinês da Linha de Controlo Real (LAC), onde comandantes militares procuraram resolver questões pendentes entre os dois países, para restauraram a paz no sector ocidental da fronteira sob disputa, adiantou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia, Arindam Bagchi, em conferência de imprensa.
Além disso, os dois lados "concordaram em manter contacto próximo e manter o diálogo" para avançar nas relações bilaterais, acrescentou.
Apesar do tom conciliador por parte de Nova Délhi, a tensão continua no sector leste da fronteira, onde ocorreu em 09 de Dezembro um confronto que resultou em ferimentos em vários militares de ambos os lados, depois de soldados chineses terem cruzado a LAC, segundo a versão indiana.
Após a acusação por parte de Nova Délhi de que as tropas do Exército Popular de Libertação (PLA) tentaram, sem sucesso, mudar o 'status quo' da fronteira, a China popular esclareceu que a situação da fronteira estava mais uma vez estável.
No entanto, o número de tropas indianas na LAC continua a aumentar, marcando o maior "desdobramento do exército indiano na fronteira chinesa de sempre", de acordo com declarações do chefe da diplomacia indiana no início da semana.
Este destacamento de militares teve como objectivo contrariar as movimentações do lado chinês, que aumentou o dispositivo na fronteira desde 2020, denunciou o ministro.
As tensões giram em torno do território montanhoso no norte da região da Caxemira, bem como cerca de 60.000 quilómetros quadrados no Estado indiano de Arunachal Pradesh (nordeste).
A LAC, que substitui a fronteira entre os dois países naquela região, passa por Ladaj.
Índia e China travaram uma breve guerra de fronteira em 1962. A Índia contesta o controlo da China de 38.000 quilómetros quadrados de terra em Aksai Chin, que afirma fazer parte de Ladaj.
Pequim, por sua vez, reivindica 90.000 quilómetros quadrados de território em Arunachal Pradesh, que considera parte do sul do Tibete.