Budapeste - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a rejeitar hoje a proposta sobre a emissão de dívida conjunta da União Europeia para financiar o rearmamento do bloco europeu.
Na quarta-feira, o Parlamento Europeu instou os países da União Europeia (UE) a reduzir a dependência de países terceiros no domínio da defesa.
Os eurodeputados apoiaram o plano da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o rearmamento dos países da UE, que deve atingir 800 mil milhões de euros em investimentos no sector da defesa.
"A Hungria não concorda que os países da UE venham a contrair empréstimos conjuntos. A Hungria não participa nisso", disse Orbán em declarações à estação de rádio pública húngara Kossuth.
O primeiro-ministro da Hungria sublinhou que o país deve participar na promoção da defesa conjunta do continente, mas afastou-se da proposta da Presidente da Comissão Europeia.
Orbán defende que a UE venha a contribuir para um fundo europeu, que não especificou, uma vez que o crédito financeiro conjunto pode gerar uma espiral de endividamento.
Neste sentido, Orbán afirmou que a cimeira da UE, agendada para a próxima semana, pode ficar marcada por uma discussão "forte e difícil" sobre o assunto.
O chefe do Governo de Budapeste disse ainda que a chave para a promoção da defesa europeia é a definição da forma como os exércitos da Ucrânia e da Europa devem ser financiados.
Orbán reiterou que a maioria dos países da UE quer continuar a guerra na Ucrânia, uma posição que descreveu como louca e errada.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 e em 2022, sendo que as posições da Administração dos Estados Unidos, aliado da NATO, estão a afastar-se dos interesses do bloco europeu.
Por outro lado, a Hungria mantém posições próximas da Rússia e nunca apoiou a ajuda militar a Kiev.
"O futuro da Ucrânia vai ser decidido à mesa das negociações e não nos campos de batalha", sublinhou.
Na quarta-feira, os eurodeputados defenderam que devem ser exploradas soluções inovadoras no sentido do "financiamento adicional", como a criação de um sistema europeu de obrigações para grandes investimentos militares.
Os eurodeputados apelaram à UE para que actue urgentemente para garantir a própria segurança, o que requer o reforço das parcerias e a redução significativa da dependência em relação a países terceiros em matéria de defesa.CS