Caracas - A Human Rights Watch (HRW) acusou, esta segunda-feira, o exército da Venezuela de compactuar com guerrilhas colombianas, que resultaram num "escalada de violência" na zona da fronteira entre os dois países.
Segundo a organização, um pacto entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e uma organização rebelde conhecida como Joint Eastern Command levou não só a um aumento da tensão e agravamento do conflito, como a assassinatos e raptos. O clima de terror que se vivia na cidade venezuelana levou a que mais de 3.300 pessoas deixassem as suas casas na cidade de Apure. Também na Colômbia, mais de 3,800 pessoas fugiram da cidade fronteiriça de Arouca.
Segundo os refugiados e voluntários com quem a HRW falou, tanto o exército como o grupo rebelde terão entrado em Apure e levado algumas pessoas em camiões.
"Os soldados que chegaram com a ELN... Achei que nos iam matar", contou um dos refugiados, citados pela HRW. "Todos os que lá estavam chamavam as pessoas, invadiam as suas casas, e levavam-nos com eles", explicou.
O ministério da Informação da Venezuela não respondeu a estas alegações, quando questionado pela Reuters.
"Os grupos armados estão a cometer abusos brutais contra civis nas áreas da Colômbia-Venezuela, e em alguns casos com a cumplicidade dos membros das forças de segurança venezuelanos, enquanto as autoridades colombianas não fizeram o suficiente para responder", denunciou uma das responsáveis da HRW.