Jerusalém - O Hamas terá aceitado a primeira fase do acordo de cessar-fogo com Israel, após ter recebido garantias dos Estados Unidos de que aquele Estado se retirará completamente de Gaza ao fim de 124 dias, quando as três fases do plano estiverem concluídas, noticia o site Notícias ao Minuto.
A informação foi alegadamente veiculada por um membro da milícia, na condição de anonimato, noticiou o The Times of Israel, este sábado.
O mesmo adiantou que a garantia dos Estados Unidos foi comunicada ao grupo através de mediadores egípcios e do Catar, que aguardam no Cairo a resposta à proposta de trégua apresentada no final de Abril.
O plano inclui uma pausa na ofensiva israelita e a libertação de palestinianos detidos em troca da libertação de reféns sequestrados durante a escalada do conflito, a 7 de Outubro.
Além disso, o acordo contempla a promessa apoiada pelos Estados Unidos de que Israel não iniciará uma operação militar na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de um milhão de palestinianos estão abrigados.
A primeira fase teria uma duração de até 40 dias, prevendo que até 33 dos 128 reféns israelitas que se encontram em Gaza desde 7 de Outubro fossem libertados, em troca da libertação de milhares de palestinianos detidos, bem como a retirada do exército israelita de alguns pontos da região.
Depois, a segunda fase duraria 42 dias, tendo em vista a libertação de todos os outros reféns vivos e a preparação de um cessar-fogo permanente.
A terceira e última fase, por seu turno, também teria a duração de 42 dias, culminando com a troca de corpos.
A primeira etapa poderá ainda permitir o regresso dos palestinianos ao norte de Gaza, tendo os Estados Unidos alegadamente assegurado que Israel concordou que os civis voltem às áreas desocupadas pelo seu exército.
O informador apontou, contudo, que a questão das entregas de material de ajuda humanitária ainda está a ser resolvida.
Desde a escalada do conflito, Israel e o Hamas só chegaram a um acordo de tréguas, no final de Novembro. O cessar-fogo durou uma semana e permitiu a libertação de 105 reféns, dos quais 80 israelitas e cidadãos de dupla nacionalidade, trocados por 240 palestinianos detidos por Israel.
A 7 de Outubro, os comandos do Hamas levaram a cabo um ataque no sul de Israel que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelitas.
De acordo com Israel, mais de 250 pessoas foram raptadas e 128 permanecem em cativeiro em Gaza, 35 das quais terão morrido.
Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou mais de 34.600 mortos, na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento palestiniano. ADR
