Beijing - Os movimentos palestinianos Hamas e Fatah sublinharam hoje em Beijing a necessidade de acabar com divisões entre facções e da "unidade nacional" no âmbito da Organização para a Libertação do Palestina (OLP), informou a agência de notícias Wafa.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que "ambos os lados expressaram plenamente a sua vontade política de alcançar a reconciliação através do diálogo e consultas exploraram uma série de questões específicas".
Lin indicou que as negociações resultaram em "progressos positivos" e num acordo para "continuar o processo de diálogo com o objectivo de concretizar a unidade do povo palestiniano o mais rápido possível".
Segundo agência palestiniana Wafa, a Fatah e o Hamas concordaram na necessidade de reactivar os seus comités conjuntos, bem como de resolver "os problemas que enfrentam".
Da mesma forma, concordaram sobre a importância da unidade da posição palestiniana face à invasão israelita na Faixa de Gaza e de terminar a "guerra de genocídio", exigindo a retirada completa do "exército de ocupação", bem como da coordenação de esforços conjuntos para prestar ajuda e socorro urgentes ao território.
Esta reunião segue-se àquela que ambas as facções realizaram no início de Março em Moscovo, onde concordaram em continuar o diálogo para alcançar a unidade nacional com a participação de todas as forças palestinianas no âmbito da OLP, de acordo com uma resolução então divulgada.
Também surge depois de o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, ter mudado o governo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), como parte dos seus esforços para reformá-la com um executivo tecnocrata que possa assumir o controlo da Faixa de Gaza assim que a guerra terminar.
Esta remodelação estrutural é uma das principais reivindicações dos Estados Unidos para que a ANP possa governar na Faixa de Gaza, embora não esteja nos planos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Esta não é a primeira vez que a China actua como mediadora num conflito na região: no ano passado, participou nas negociações para que o Irão e a Arábia Saudita chegassem a um acordo para restabelecer as suas relações diplomáticas.
O conflito entre Israel e Hamas resultou em mais de 34 mil pessoas mortas, na maioria civis, na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, que mergulhou o território numa grave crise humanitária.
A ofensiva israelita é uma retaliação pelo ataque do movimento islamita palestiniano, que em 7 de Outubro matou em Israel mais de 1.100 pessoas e fez cerca de 250 reféns. DSC/AM