Nações Unidas - O secretário-geral da ONU defendeu quinta-feira, 22, a agilização do financiamento climático aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) e a reforma das instituições financeiras internacionais, durante uma conferência Samoa, país insular ameaçado pela subida do nível do mar.
António Guterres destacou a determinação dos cidadãos deste país na sua luta contra os impactos climáticos, mas lembrou que só poderão continuar a trabalhar se obtiverem financiamento para o desenvolvimento em "condições justas".
O diplomata português apelou, por isso, aos maiores poluidores do mundo para que façam um "aumento em massa" dos contributos para fazer face ao "caos climático".
"Tem sido travada uma dura luta pela justiça climática, mas o dinheiro necessário não está a chegar", insistiu, durante uma conferência em Apia, capital de Samoa, região da Polinésia, onde se reuniu com residentes deslocados das suas casas devido à subida do nível do mar e à erosão costeira.
Guterres apelou à "reforma das instituições financeiras internacionais, para que as necessidades de financiamento de países como os do Pacífico sejam satisfeitas", de acordo com um comunicado das Nações Unidas.
O líder da ONU recordou que os fundos estabelecidos na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP27) no Egipto, para compensar os impactos económicos dos desastres naturais nos países em desenvolvimento, têm "sido insuficientes".
Para Guterres, é por isso necessário que "todos os países cumpram as suas promessas em matéria de financiamento climático e que haja um resultado financeiro sólido da COP29", que terá lugar em Baku, capital do Azerbaijão, onde vão ser discutidos os compromissos após 2025.
O secretário-geral da ONU pretende participar, na terça-feira, na 53.ª Reunião de Líderes das Ilhas do Pacífico, em Tonga, onde será abordada a crise climática. JM