Nova Iorque - O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje ao Irão "a máxima contenção" às manifestações que causaram dezenas de vítimas, desde a morte de uma jovem Mahsa Amini, presa pela chamada polícia de costumes.
O líder da ONU "pede que a polícia se abstenha de usar qualquer força desnecessária ou desproporcional e insta todos a exercerem a máxima contenção para evitar uma escalada", disse o porta-voz de Guterres.
O porta-voz Stéphane Dujarric, disse num comunicado que a ONU considera essencial o início de uma "investigação rápida, imparcial e efectiva" sobre a morte de Mahsa Amini, devido a relatos de números crescentes de mortes, incluindo mulheres e crianças, em ligação com os protestos".
A jovem de 22 anos morreu no hospital a 13 de Setembro, três dias depois de ter sido detida pela chamada polícia de costumes por violar as regras do vestuário feminino que indica que as mulheres não podem mostrar o cabelo em público.
Segundo um balanço feito pela agência de notícias iraniana Fars, pelo menos 60 pessoas, entre manifestantes e membros das forças de segurança, foram mortas desde o início do movimento de protesto, que começou a 16 de Setembro.
Guterres reuniu-se com o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, em 22 de Setembro e "foram levantadas uma série de questões, incluindo as de direitos humanos", disse Stéphane Dujarric.
As autoridades disseram que, desde o dia 16, foram detidos mais de 1.200 manifestantes, incluindo mulheres.
Os iranianos voltaram a sair às ruas na terça-feira, pela 12.ª noite consecutiva, apesar da forte repressão.
Embora multipliquem-se os apelos internacionais para acabar com o uso da força contra os manifestantes, o Governo iraniano tem-se mantido firme perante os protestos, acusando os participantes de serem "desordeiros" e de "minar a segurança e o património público".