Nova Iorque - Mais de 4,1 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde a invasão russa a Ucrânia em 24 de Fevereiro, segundo os dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Desde 22 de Março, o fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente, para cerca de 40.000 travessias diárias.
"Forçados a fugir para se manterem vivos. Forçados a abandonar as suas casas. Forçados a separarem-se das suas famílias. Esta tragédia tem de acabar", sublinhou o ACNUR.
No total, mais de 10 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram de abandonar as respetivas residências na sequência da ofensiva militar russa.
O Alto Comissariado para os Refugiados contabilizou, até cerca das 10h00 GMT de quinta-feira, exactamente 4.102.876 refugiados procedentes da Ucrânia. São mais 43.771 do que na contagem anterior.
Esta é a maior vaga de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.
Cerca de 90 por cento das pessoas que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, calculando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que estas sejam cerca de dois milhões. A mesma organização estima ainda que mais de metade das 7,5 milhões de crianças do país estejam deslocadas internamente ou sejam refugiadas.
Cerca de 204.000 não-ucranianos também abandonaram do país e enfrentam, nalguns casos, dificuldades em regressar ao seu país de origem.
Antes deste conflito, a população da Ucrânia era superior a 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev - não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste sob o controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.
Polónia acolhe mais de metade dos refugiados com 2.384.814 refugiados, dos quais 1,1 milhões são crianças.
A Roménia segue com 623.627 ucranianos, a Moldava (390.187), Hungria (374.535) e a Eslováquia (292.039), segundo ACNUR.