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Governo sírio autoriza mas propõe preocupações de ajuda humanitária

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  • Luanda • Segunda, 17 Julho de 2023 | 09h02
Mapa da Síria
Mapa da Síria
Divulgação

Damasco - O Governo sírio vai autorizar a ONU a entregar ajuda internacional às zonas rebeldes por seis meses, após expirar o mecanismo existente, mas as condições impostas preocupam as organizações humanitárias, noticiou hoje a Reuters.

O mecanismo, criado em 2014 e que expirou a 11 deste mês, permitiu à ONU enviar alimentos, água e medicamentos da vizinha Turquia para os habitantes do noroeste da Síria, a última região que ainda resiste ao líder de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia.

No entanto, a maior parte da ajuda passou pelo posto fronteiriço de Bal al-Hawa e o mecanismo permitiu à ONU dispensar a autorização da Síria que denuncia regularmente uma violação da sua soberania.

Mas a não renovação deste mecanismo pelo Conselho de Segurança, a 11 deste mês, na sequência de um veto da Rússia, aliada da Síria, alterou a situação, com a ONU a considerar inaceitáveis as condições sírias.

A ONU precisa agora de uma “luz verde” de Damasco para continuar a prestar ajuda, apesar de o governo não controlar Bab al-Hawa, que está nas mãos do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Cham (HTS, o antigo ramo local da Al-Qaeda).

Síria decidiu "autorizar a ONU e as suas agências" a utilizar Bab al-Hawa "em plena cooperação" com o Governo "por um período de seis meses", anunciou sexta-feira o embaixador sírio na ONU, Bassam Sabbagh, autorização sujeita a condições.

A ONU e os seus representantes e funcionários não devem comunicar com organizações e grupos terroristas no noroeste da Síria, disse, aludindo ao HTS.

As  autoridades sírias pede também que as operações sejam supervisionadas pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha e pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio.

Cerca de metade da província de Idleb e partes das províncias vizinhas são controladas pelo grupo HTS, considerada uma organização terrorista por autoridades sírias.

Segundo a ONU, mais de 12 anos após o início da guerra na Síria, cerca de quatro milhões de pessoas que vivem nestes territórios continuam a precisar de ajuda humanitária para sobreviver.

O mecanismo, segundo a ONU, permitiu ajudar 2,7 milhões de pessoas por mês.

Comentando a primeira condição, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) defendeu que a ONU deve "continuar a interagir com os actores estatais e não estatais relevantes (...) para conduzir operações humanitárias seguras".

Em relação à segunda condição, "não está de acordo com a independência nem com a prática das Nações Unidas".

A ONU refere ainda que o pedido para que a ajuda seja entregue "em plena cooperação" com a Síria precisa de ser "clarificado".

Além da ONU, as organizações não-governamentais temem que a proposta prejudique os mais necessitados.

A ONG Med Global, que gere clínicas em zonas rebeldes, disse estar "muito preocupada", uma vez que transferir o controlo de Bab-Al-Hawa de uma parte neutra, a ONU, para um regime que massacrou o seu povo e deslocou metade da sua população "vai provocar mais mortes e sofrimento entre os civis inocentes", segundo o director da ONG, Zaher Sahloul, há o receio de tal "conduza a mais uma crise de refugiados".

Já Comité Internacional de Resgate (ICR), um grupo humanitário muito activo em Idleb, pede a prorrogação do mecanismo de 2014, sublinhando "a responsabilidade do Conselho de Segurança em proteger os sírios onde quer que se encontrem".

Al-Assad afirma estar determinado a retomar as zonas rebeldes, razão pela qual o analista internacional norte-americano Nick Heras, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), refere que o governo sírio está "cada vez mais confiante na sua capacidade de conter e depois reduzir" estes territórios.

"Damasco quer poder controlar as passagens e, num futuro próximo, al-Assad e os seus aliados vão conseguir isso pela força", defende o especialista no Médio Oriente.

No entanto, alguns membros do Conselho de Segurança esperam um regresso à mesa das negociações.

A representante da Suíça nas Nações Unidas, cujo país e o Brasil apresentaram o texto para a renovação do mecanismo, disse que tem de se trabalhar para se encontrar rapidamente uma solução.

"Permitir que a Síria dite a entrega de ajuda a áreas fora do controlo do governo coloca em grave risco a vida, os direitos e a dignidade de milhões de sírios", alertou Hiba Zayadin, investigadora da organização Human Rights Watch. CNB/GAR





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