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Governo espanhol dividido sobre aumento dos gastos com a Defesa

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  • Luanda • Quarta, 12 Março de 2025 | 19h13

Helsínquia - O Governo de Espanha, o país da NATO mais longe de destinar 2% do PIB à Defesa, está dividido em relação ao aumento dos orçamentos destinados à segurança, mas o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, garante que o objectivo será cumprido.

"Garanto que estamos preparados para cumprir com o nosso compromisso e cumprir com esse objectivo de 2% do PIB, e vamos fazê-lo", disse hoje o socialista Pedro Sánchez em Helsínquia, durante uma visita à Finlândia dedicada à segurança europeia, face à ameaça da Rússia, à guerra na Ucrânia e aos novos posicionamentos do Governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump.

Espanha destinou no ano passado 1,28% do Produto Interno Bruto (PIB) à Defesa, a taxa mais baixa dos membros da NATO (aliança de defesa e segurança de países europeus e da América do Norte), avança a agência Lusa.

Segundo analistas, apesar dos incrementos na despesa com a Defesa nos últimos anos, o crescimento da economia espanhola tem tornado esses 2% num esforço maior.

Por outro lado, Espanha partiu de uma base muito baixa para alcançar o objectivo com que se comprometeram os países da NATO e, além disso, está há dois anos sem Orçamento do Estado novo, pela necessidade de o Governo, minoritário, ter de negociar com uma 'geringonça' de oito partidos de orientações diferentes.

Sem orçamento novo, os tetos de despesa mantêm-se há dois anos, dificultando a execução de alguns fundos ou mudanças nos gastos sectoriais.

Espanha é, além disso, governada desde 2018 por uma coligação de esquerda formada pelo Partido Socialista (PSOE) e a plataforma Somar (antes Unidas Podemos), que integra formações diversas, incluindo algumas que são contra o aumento dos gastos com a Defesa, como a Esquerda Unida (ex-Partido Comunista).

Sánchez tem estado nas reuniões de líderes europeus das últimas semanas, como as promovidas por Londres e Paris, para debater a segurança da Europa e o apoio à Ucrânia, e afirmou recentemente que Espanha não só vai honrar o compromisso dos 2% do PIB para a Defesa, como poderá mesmo acelerar a sua concretização para antes de 2029, atendendo às mudanças na geopolítica mundial.

Na quinta-feira, vai receber na Moncloa, a sede do Governo de Espanha, em Madrid, os partidos da oposição com representação parlamentar para abordar esta questão, numa ronda de contactos rara não se encontra, por exemplo, com o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP, direita), desde Dezembro de 2023.

Mas a ronda de contactos arrancou na terça-feira, com um partido a que deu um estatuto especial nestas conversações e negociações: o Somar.

Sánchez e a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, que é também uma das vice-presidentes do Governo e lidera o Somar, reuniram-se na Moncloa para abordar a questão da segurança europeia durante duas horas.

No final, num comunicado, o Somar defendeu que a União Europeia (UE) tem de apostar na sua "autonomia estratégica", definir um "projecto claro que assuma a mudança de paradigma na geopolítica global", apostar por um "modelo de defesa e de segurança europeu autónomo" e "diminuir a dependência da NATO e dos EUA".

"O aumento dos gastos em Defesa dos Estados-membros de forma individual não garante a superação dos problemas de coordenação e de falta de interoperabilidade das Forças Armadas dos diferentes países da UE. Não garante uma maior autonomia estratégica nem maiores quotas de segurança partilhada", defendeu o Somar.

O partido definiu também a "segurança europeia" como um conceito que vai para além das questões estritas da defesa ou militares, considerando que implica "coesão social", luta contra as alterações climáticas ou combate à pobreza, insistindo na necessidade d fundos para a "protecção social".

Fontes do PSOE e do Somar revelaram que Sánchez garantiu a Díaz que o aumento da despesa com Defesa e segurança não prejudicará os gastos sociais em Espanha.

Para além do Somar, também outros partidos de esquerda que vão à Moncloa na quinta-feira e formam parte da 'geringonça' que viabilizou o Governo de Sánchez já disseram ser contra o aumento das despesas com a Defesa em Espanha.

Já o PP não se opõe ao aumento, mas mantém um discurso crítico em relação à forma como os socialistas estão a gerir o dossiê e exploram a falta de acordo dentro da 'geringonça' que apoia o Governo e dentro do próprio executivo.

Pedro Sánchez prometeu ir ao parlamento no próximo dia 26 para falar sobre estas questões, não sendo claro hoje como pretende aumentar os orçamentos da Defesa e se será necessário sujeitar decisões a votações parlamentares.

Numa declaração hoje no Congresso dos Deputados, o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, apelou ao consenso dos partidos e ao apoio ao Governo para serem tomadas "decisões vitais" exigidas pela "mudança na ordem mundial", referindo-se não apenas aos compromissos assumidos na NATO, mas também à proposta de Bruxelas de mobilização de 800 mil milhões de euros para a defesa da UE. AM

 





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