Washington - O Departamento de Estado norte-americano foi acusado, por um grupo de pró-palestinianos, de criar brechas a Israel que permitem ao Estado judeu ultrapassar a lei norte-americana que restringe a ajuda militar a aliados por abusos dos direitos humanos, noticiou o site Notícias ao Minuto.
O processo foi movido hoje por um grupo de palestinianos em Gaza e familiares norte-americanos e antigos funcionários do Departamento de Estado e criadores da lei Leahy de 1997 estão entre os que aconselharam e apoiam o processo, noticiou a agência Associated Press (AP).
O processo detalha as barreiras que acusa o Departamento de Estado de criar em nome de Israel para contornar a aplicação da lei e apela à intervenção dos tribunais.
Esta iniciativa segue-se aos protestos nos campus universitários e às iniciativas de alguns congressistas, que falharam no seu objectivo de limitar o apoio militar dos EUA a Israel devido às mortes de civis em Gaza durante a guerra com o Hamas.
"É realmente um conjunto modesto de objectivos aqui: existe uma lei nos EUA. Gostaríamos que o governo federal cumprisse a lei dos EUA", sublinhou Ahmed Moor, um palestino-americano radicado em Filadélfia, que se juntou ao processo em nome de primos, tios e tias deslocados e mortos na guerra de 14 meses na Faixa de Gaza.
O secretário de Estado, Antony Blinken, negou que o departamento tenha dado autorização a Israel: "Temos um duplo padrão? A resposta é não", garantiu, em Abril.
Israel diz que faz todos os esforços para limitar os danos aos civis palestinianos nas suas operações militares.
A administração liderada pelo democrata Joe Biden alertou Israel para fazer mais para poupar os civis na guerra de Gaza, chegando a reter um carregamento com bombas.
Um relatório do Departamento de Estado de Maio concluiu que havia provas razoáveis de que a utilização de Israel das armas fornecidas pelos EUA em Gaza violaram o direito internacional que protege os civis, mas contornaram uma decisão sobre a limitação de armas, dizendo que a própria guerra tornou impossível às autoridades norte-americanas julgar com certeza.
Recusou também no mês passado suspender as transferências de armas, uma vez que tinha ameaçado a ajuda humanitária a Gaza.
A lei proíbe a assistência militar dos EUA a unidades militares estrangeiras quando existem provas credíveis de graves violações dos direitos humanos.
Israel iniciou uma operação militar na Faixa de Gaza depois da invasão ao território israelita realizada pelo Hamas, em 07 de Outubro de 2023, num ataque que causou a morte de cerca de 1.200 e mais de 240 mortos.
De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, mais de 44 mil pessoas já morreram no enclave palestiniano desde o início da guerra com Israel.CS