O Governo do Sri Lanka demitiu-se hoje, 3, em bloco, após violentos protestos por causa da crise económica, disse o ministro da Educação, Dinesh Gunawardena.
Os 26 ministros apresentaram as suas demissões ao Presidente Gotabaya Rajapaksa e ao seu irmão, o primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa.
Os ministros e o primeiro-ministro demitiram-se após assinarem uma carta conjunta, abrindo caminho para a formação de um novo Governo.
O primeiro-ministro, que apresentará formalmente o documento ao Presidente Gotabaya Rajapaksa, permanecerá no cargo até que um novo executivo seja formado.
As demissões surgem no meio de uma onda de protestos em que milhares de pessoas saíram às ruas para se manifestarem, apesar do recolher obrigatório imposto pelas autoridades.
Os protestos têm origem no aumento dos preços de produtos básicos, na escassez de combustível e em repetidos e prolongados cortes de energia.
No sábado, o executivo anunciou um recolher obrigatório de 36 horas, em vigor até segunda-feira de manhã, mas as forças de segurança não conseguiram impedir as mobilizações populares em todo o país.
Os manifestantes pedem a demissão do Presidente Gotabaya Rajapaksa e de todo o Governo e exigem eleições.
O Partido Popular Unido (principal partido de oposição), estudantes universitários, sindicatos e activistas em geral participaram nos protestos, apesar do risco de detenção.
Além disso, o Ministério da Defesa ordenou à Comissão Reguladora das Telecomunicações que suspendesse o serviço do Facebook, WhatsApp, Instagram, Twitter ou YouTube para impedir a organização de protestos.