Caracas - O Governo venezuelano recusou libertar cidadãos norte-americanos detidos no país, rejeitando o pedido dos Estados Unidos a um veterano da Marinha preso na Venezuela, há dois anos.
O Governo do Presidente Nicolás Maduro afirmou hoje que vai continuar a aplicar as suas leis, garantindo que se mantêm abertos os canais negociais com os EUA, avança a agência de notícias Associated Press (AP).
No entanto, o executivo venezuelano considera "lamentável que as autoridades dos Estados Unidos insistam na sua reivindicação de conferir uma imunidade inaceitável aos seus nacionais, em absoluto desrespeito pela soberania e auto-determinação dos povos".
A posição do Governo de Venezuela surge um dia após o Departamento de Estado norte-americano ter afirmado que iria continuar a pressionar Maduro "para a libertação imediata e incondicional" de Matthew Heath e outros cidadãos norte-americanos que considera detidos injustamente na Venezuela.
Pelo menos 10 homens, incluindo cinco executivos do petróleo e três veteranos, estão detidos na Venezuela.
Os funcionários das Nações Unidas queixam-se da falta de independência dos juízes e procuradores venezuelanos assim como das condições das cadeias, onde se encontram detidos vários norte-americanos.
Em Março, o Governo de Maduro libertou dois norte-americanos após uma viagem surpresa a Caracas por altos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado.
Três meses depois, uma nova viagem não resultou na libertação de quaisquer detidos.
O Departamento de Estado, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, emitiu um aviso em Julho alertando os cidadãos norte-americanos para evitarem todas as viagens à Venezuela devido ao risco de detenções indevidas e ameaças de grupos armados ilegais, especialmente ao longo das fronteiras porosas do país.
Heath, um antigo cabo da marinha norte-americana, foi preso em 2020 num bloqueio de estrada na Venezuela e acusado de ser um terrorista e espião do então Presidente dos EUA, Donald Trump.
A declaração de sexta-feira do Departamento de Estado diz que Heath foi preso sob "acusações ilusórias".