Bogotá - O governo colombiano e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) comprometeram-se, esta sexta-feira, a iniciar conversações para um cessar-fogo, no final da segunda ronda de negociações de paz no México, noticiou agência Reuters.
“Anunciamos o início do processo com vista a um cessar-fogo", indica o acordo apresentado numa reunião entre os negociadores das duas partes.
O enquadramento jurídico do próximo pacto será o direito internacional humanitário, acrescenta o texto lido pela dirigente indígena Dayana Domicó, membro da delegação do governo do Presidente colombiano de esquerda, Gustavo Petro.
"Tal envolve acções e dinâmicas humanitárias destinadas a reduzir a intensidade do conflito, facilitar a participação da população neste processo de paz e fornecer garantias para que este seja possível nas zonas onde a crise humanitária é mais grave", precisa-se no documento.
Delegados do governo colombiano e do grupo de guerrilha ELN encontram-se em conversações no México desde 13 de Fevereiro.
Um dos objectivos do diálogo era lançar as bases para um cessar-fogo.
Na quarta-feira, anunciaram a realização em Cuba de uma terceira ronda de negociações visando pôr fim a quase seis décadas de conflito armado, sem todavia especificarem a data em que essa nova ronda decorrerá.
Havana acolheu as negociações que terminaram em 2016 com a desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que foram durante anos a principal guerrilha na Colômbia.
As conversações entre o governo colombiano e o ELN iniciaram-se em 2018 em Havana, durante o executivo do Presidente Juan Manuel Santos (2010-2018), às quais o seu sucessor, Iván Duque (2018-2022), pôs fim em 2019, após um ataque da guerrilha a uma escola de polícia em Bogotá que fez 23 mortos.CNB/GAR