Paris - A França saudou neste domingo o progresso conseguido na Conferência da ONU sobre Clima (COP27) para os países mais vulneráveis, mas lamentou "a falta de ambição climática" registada no Egipto, anunciou a ministra francesa da Transição Energética.
"Não se avançou na necessidade de fazer esforços adicionais para reduzir os gases que provocam efeito de estufa nem em eliminar progressivamente os combustíveis fósseis", lamentou Agnès Pannier-Runacher, considerando a situação "uma verdadeira desilusão".
A ministra sublinhou, no entanto, que esta conferência "respondeu às expectativas dos países mais vulneráveis com um grande avanço: a criação de novas ferramentas de financiamento para perdas e danos ligados a desastres climáticos".
A conferência anual do clima da ONU aprovou hoje (domingo) um acordo que prevê a criação de um fundo para financiar danos climáticos sofridos por países "particularmente vulneráveis", numa decisão descrita como histórica.
A resolução foi adoptada por unanimidade em assembleia plenária, seguida de aplausos estrondosos, no final da conferência anual do clima da ONU.
A resolução enfatiza a "necessidade imediata de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados para ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis" aos impactos "económicos e não económicos" das alterações climáticas.
A implementação do fundo será elaborada por uma comissão especial e depois adoptada na próxima COP28, no final de 2023, nos Emirados Árabes Unidos.
A 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas começou em 06 Novembro e terminou hoje em Sharm-el-Sheik, no Egipto, juntando mais de 35 mil participantes, nomeadamente vários líderes de países, com cerca de duas mil intervenções sobre mais de 300 tópicos.