Paris – A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, entregou o seu pedido de demissão ao Presidente da França, Emmanuel Macron, que a recusou para que o governo se mantenha em funções, avança o Le Monde, citando declarações de uma fonte do Palácio do Eliseu à Associated Press (AP).
O pedido de demissão da primeira-ministra do país acontece dois dias, depois das eleições legislativas em que Emmanuel Macron perdeu a maioria e se assistiu a um crescimento da extrema-direita no país.
O chefe de Estado realizará "as consultas políticas necessárias (...) a fim de identificar soluções construtivas para o povo francês", explicou a Presidência, antes de uma série de reuniões que terão lugar no Palácio do Eliseu.
Recorde-se que após serem conhecidos os resultados das eleições, a primeira-ministra francesa considerou que estes constituem um "risco para o país" e apelou a uma "maioria de acção" e à "união", prometendo "diálogo" da parte do Governo e do Presidente.
O presidente francês, Emmanuel Macron, vai enfrentar o segundo mandato sem a maioria absoluta parlamentar de que dispunha, anteriormente, que perdeu na segunda volta das legislativas de domingo.
A união de partidos de esquerda é a primeira força da oposição, enquanto a extrema-direita liderada por Marine Le Pen conseguiu um resultado histórico.
As forças coligadas que apoiam a política do Palácio do Eliseu perderam mais de uma centena dos 350 deputados que tinham e ficam longe dos 289 lugares, que permitiriam a força política necessária na Assembleia Nacional.
A Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), liderada por Jean-Luc Mélenchon e que é composta pelo partido França Insubmissa, socialistas, comunistas e ecologistas triplicou o número de deputados em relação aos resultados das últimas eleições gerais.
O Parlamento francês está mais dividido do que nunca, num sistema que prima por maiorias e que obriga o chefe de Estado a negociar apoios externos.