Cabul - A morte de um agente de segurança e ferimentos em cinco jornalistas e três crianças afegãs é o balanço provisório de uma explosão ocorrida em Maraz-i-Sharif, no norte do Afeganistão, indicou fonte policial e citada pela agência AFP.
A explosão aconteceu durante uma cerimónia para celebrar o Dia Nacional do Jornalista, tendo o artefacto explodido após uma intervenção de um alto responsável talibã e de um coro de crianças ter começado a cantar o hino nacional afegão.
"Quando a explosão ocorreu foi um caos. Todos estavam a tentar encontrar uma maneira de escapar, com medo que o prédio desabasse", afirmou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o jornalista afegão Atif Arian, ferido numa orelha, acrescentando que alguns dos seus colegas ficaram "gravemente feridos".
O evento foi organizado por um centro cultural para assinalar o Dia Nacional do Jornalista.
Os jornalistas afegãos eram alvos regulares do grupo Estado Islâmico (EI) mesmo antes de os talibãs assumirem o poder em Agosto de 2021.
A explosão de hoje ocorre dois dias após o assassínio, na mesma cidade, do governador da província de Balkh, de que Mazar-i-Sharif é a capital.
Mohammad Dawood Muzammil foi morto quinta-feira num ataque suicida protagonizado por um combatente do grupo EI, que conseguiu entrar no gabinete do governador antes de se fazer explodir, atentado que foi reivindicado pelo movimento através de um comunicado divulgado no seu próprio órgão de propaganda Amaq.
Mohammad Dawood Muzammil é um dos líderes talibãs mais importantes a ser assassinado desde que o movimento regressou ao poder em Cabul em Agosto de 2021.
O regresso dos talibãs ao poder pôs fim a duas décadas de guerra contra as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e dos Estados Unidos, levando a uma redução significativa da violência no país.
No entanto, desde o ano passado, o grupo EI tornou-se o maior desafio de segurança para o Governo talibã.
Ambos os grupos partilham uma austera ideologia islâmica sunita, mas o grupo EI luta pelo estabelecimento de um "califado" global, enquanto os talibãs querem governar um Afeganistão independente.GAR