Nova Iorque - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e "o espírito da Ucrânia" são a 'Personalidade do Ano' pela revista TIME, foi anunciado nesta quarta-feira.
"Quer a batalha pela Ucrânia traga esperança ou medo, Volodymyr Zelensky galvanizou o mundo de uma maneira que não vemos há décadas", escreveu o editor-chefe da Time, Edward Felsenthal, para quem a escolha "nunca tinha sido tão clara".
A revista Time escreveu que "para provar que a coragem pode ser tão contagiosa como o medo, para inspirar pessoas e nações a unirem-se em defesa da liberdade, para lembrar ao mundo a fragilidade da Democracia e da paz, Volodymyr Zelensky e o espírito da Ucrânia são a Personalidade do Ano da Time 2022"
"Nas semanas que se seguiram ao início dos bombardeamentos russos de 24 de Fevereiro, a sua decisão de não fugir de Kiev, mas de ficar e de reunir apoio foi crucial", destaca a Time.
A revista sustenta ainda a escolha sublinhando que "desde a sua primeira mensagem, de 40 segundos, no Instagram, no dia 25 de Fevereiro - mostrando que o seu gabinete estava intacto e a funcionar - aos discursos diários proferidos remotamente em instituições como parlamentos, o Banco Mundial e os Grammy Awards, o Presidente da Ucrânia esteve em todo o lado".
Na mesma edição, a TIME considerou 'As mulheres do Irão' como 'Heróis do Ano' e as sul-coreanas 'Blackpink' como 'Entertainer do Ano'.
Em 2021, a mesma revista elegeu Elon Musk, dono da Tesla, Twitter e SpaceX como 'Personalidade do Ano'.
Contudo, esta não é a primeira publicação a considerar o chefe de Estado ucraniano a 'Personalidade do Ano'. Na passada segunda-feira, o mesmo já o tinha feito o Financial Times. Esta publicação comparou Zelensky ao antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill, mas o presidente da Ucrânia asseverou ser "mais responsável do que corajoso".
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.