Tóquio - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinker, declarou hoje que Israel não deveria reocupar a Faixa de Gaza no final do conflito em curso com o Hamas, após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 em Tóquio, anuncia AFP.
"A única forma de alcançar uma paz sustentável será através do não deslocamento de palestinianos em Gaza, da não reocupação da Faixa (de Gaza) e da não realização do bloqueio ou da redução do território", disse Antony Blinken numa conferência de imprensa.
Os Estados Unidos já tinham manifestado a sua oposição a uma possível reocupação do território palestiniano na terça-feira, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter declarado no dia anterior que o seu país assumiria "a responsabilidade geral pela segurança" de Gaza "por um período indefinido".
Segundo Blinker, "fomos muito claros desde o primeiro dia: Gaza não pode ser governada pelo Hamas, Israel não pode ocupar Gaza e não pode haver deslocamento de palestinianos", acrescentando que encontrou uma "grande unidade" entre o G7.
Neste sentido, destacou o papel do Japão, país que ocupa actualmente a presidência e é o anfitrião da reunião de dois dias do grupo que termina hoje, pelos seus esforços no alívio das tensões no Médio Oriente e na ajuda humanitária a Gaza.
Não estava claro se os membros do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Reino Unido) seriam capazes de alcançar tal unidade nas suas deliberações sobre o conflito, dadas as diferentes sensibilidades entre os seus membros sobre o direito israelita de se defender ou o aumento de vítimas civis em Gaza.
As declarações proferidas hoje por Blinken surgiram depois de os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 terem apelado a uma pausa humanitária em Gaza para facilitar a criação de um corredor seguro que permita a entrada imediata de ajuda.
Os ministros do G7 pediram ainda que se evite a escalada e a expansão do conflito israelo-palestiniano.
Sobre a invasão russa na Ucrânia, o secretário de Estado norte-americano disse ainda que os ucranianos "podem continuar a contar" com os Estados Unidos que continuarão a lutar para devolver o seu território, alcançar a sua recuperação económica e maiores oportunidades, além do seu caminho à adesão à União Europeia (UE). GAR