Washington - O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, compareceu quinta-feira perante um grande júri, em Washington, no âmbito da investigação aberta sobre o assalto ao Capitólio do país, em Janeiro de 2021, noticia hoje Reuters.
O grande júri reuniu-se pouco antes das 09:00 locais (13.00 TMG), indicou a cadeia CNN, sublinhando que os procedimentos são secretos.
A comparência do "número dois" do republicano, Donald Trump (2017-2021), aconteceu um dia depois de o Tribunal de Apelação do distrito de Washington decidir que o ex-presidente não podia impedir que Pence testemunhasse.
Trump tentou evitar a declaração de Pence, alegando que os acontecimentos daquele dia estão cobertos pelo "privilégio executivo", o direito de os presidentes manterem comunicações confidenciais.
Em 06 de Janeiro de 2021, cerca de 10.000 pessoas, a maioria simpatizantes de Trump, marcharam até ao Capitólio e 800 entraram no edifício, enquanto se confirmava a vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais de Novembro de 2020.
Houve cinco mortos e cerca de 140 agentes feridos.
Num primeiro momento, foi o próprio Pence quem apelou da decisão do grande júri que investiga o assalto ao Capitólio de o chamar a depor, mas acedeu, uma vez que um juiz de Washington afirmou que os possíveis actos ilegais de Trump nesse dia não estão protegidos pelo direito dos legisladores à confidencialidade.
Jornais como o The Washington Post adiantaram que o ex-vice-presidente pode oferecer informação relacionada com as conversações que teve com o ex-mandatário e com os assessores no dia do ataque e sobre a sugestão do advogado de Trump, John Eastman, de que Pence poderia ter impedido a confirmação da vitória de Biden.
As investigações sobre o assalto ao Capitólio procuram determinar se houve uma ou mais pessoas a interferir na mudança de poder e no processo de ratificação de Biden como Presidente no Congresso. GAR